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1 de Maio de 2021 às 06:00

Atividades que não podem parar na pandemia devem ser consideradas essenciais também para vacinação, diz secretário de Saúde do SEEB-RO


Em sua participação na audiência pública virtual “Abril Verde e Pandemia – Nenhum Trabalhador a Menos”, promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Rondônia e Acre, no Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho (28/4), o Secretário de Saúde do SEEB-RO, Ricardo Vitor, debateu o tema “Vacinação para a categoria bancária e trabalhadores das cooperativas de crédito, que em momento algum paralisaram as atividades na pandemia” e defendeu a inclusão destes trabalhadores do ramo financeiro nos planos Nacionais e Estaduais de Imunização contra a covid-19.

“Os decretos, seja em âmbito nacional, estadual ou municipal, contém as atividades consideradas essenciais, e várias delas estão em todos estes decretos. Uma delas é a categoria bancária. A Caixa, principalmente, teve e continua tendo uma atividade muito forte na pandemia por conta do pagamento do auxílio emergencial e outros benefícios sociais. Muitos bancários foram enviados para o teletrabalho (home office) e os que ficaram nas agências tem cumprido com louvor sua tarefa. Na agência, o bancário registra seu ponto ao fim da jornada de trabalho e essa é, de fato, finalizada. No home office foi garantida a segurança da saúde para estes trabalhadores, mas, ao mesmo tempo, perdeu-se a noção do que é trabalho e do que é lar. E aí envolvemos também a saúde mental além dos problemas físicos que a categoria bancária já vinha apresentando sempre, como o caso das LER/Dort’s. Ou seja, tivemos um aumento no número das doenças psicossomáticas causadas pela sobrecarga de trabalho. Aqueles que ficaram nas agências atenderam o grande público e ficaram mais expostos à contaminação, e os que tiveram que ficar em casa ficaram numa situação em que a carga de trabalho aumentou, pelo menos, um terço”, esclarece Ricardo, salientando ainda que a saúde do trabalhador é muito mais do que só usar uma máscara. “Os que foram para home office nem sempre possuem móveis e equipamentos adequados para a sua atividade laboral e isso pode comprometer sua saúde”.

O dirigente destaca que o Sindicato enviou ofício ao governo do Estado para incluir a categoria de bancários e cooperativários nos grupos prioritários para a vacinação, mas a resposta do Executivo estadual foi negativa.

“Quando a gente fala de vacinação para bancários e cooperativários não estamos pedindo que já amanhã seja iniciada a vacinação. A gente não quer furar fila, a gente não quer um favorecimento em nada. Queremos apenas o que os próprios decretos estabelecem, que os bancários são considerados essenciais. As atividades que, conforme os decretos, não podem parar em momento algum, que sejam também consideradas essenciais nas campanhas de imunização”, enfatiza o dirigente.

“Quando falamos em Vacina Já, é um espaço para o diálogo, pois nem toda categoria tem uma representação tão massiva. Dentro da categoria bancária temos uma organização bem ampla. Por isso não admitimos que seja possível que, mesmo após um ano de pandemia, as pessoas possam estar ‘se acostumando’, e, consequentemente, banalizando as contaminações e as mortes por covid-19. Todas as vidas importam, independente da categoria, ou do seu pensamento crítico”, acentua.

Ricardo Vitor, ao final de sua participação, diz que é importante focar também na saúde mental dos trabalhadores, porque o atual cenário de tantos recordes diários de mortes pelo novo coronavírus no país causa desespero.

“A pessoa que está no local de trabalho, ela vai trabalhar com medo. Hoje é difícil encontrar alguém que não perdeu um amigo, um parente ou um conhecido para esta doença. Essa é a minha primeira atividade após o falecimento do nosso presidente, do nosso amigo José Pinheiro, que lutou bravamente pela vida, passou mais de 40 dias internado e venceu a covid, mas não venceu as complicações deixadas por ela. Portanto, em nome de todas as vítimas fatais da covid-19, principalmente os trabalhadores, quero deixar o registro de José Pinheiro de Oliveira, sempre presente!”, concluiu.


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