A UNI Américas Finanças, braço do sindicato global que representa três milhões de trabalhadores em bancos e seguros de todo mundo, lança nesta sexta-feira (27) uma campanha internacional contra as demissões do Santander no Brasil.
Uma nova edição do jornal Rede Global Bancária está sendo distribuída pelos sindicatos aos funcionários do banco espanhol, durante manifestações em todo o Brasil, fortalecendo a mobilização dos bancários brasileiros em defesa do emprego. Haverá também atividades em outros países.
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A campanha foi definida pela Rede Sindical do Santander, durante a 10ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, realizada nos dia 5 e 6 de junho, em Lima, capital do Peru.
Solidariedade internacional A reunião foi promovida pela UNI Américas Finanças e Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), com o apoio de sindicatos peruanos. Estiveram presentes dirigentes sindicais do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e México, além de representantes das Comisiones Obreras (CCOO) e da UGT, as duas principais centrais sindicais da Espanha.
"Todos ficaram profundamente indignados diante da gestão equivocada do banco no Brasil e decidiram promover uma campanha internacional contra as demissões", afirma o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Mário Raia. "Os trabalhadores brasileiros não podem ser tratados como se fossem de segunda categoria", destaca.
"O objetivo da campanha é aumentar a pressão para que o Santander pare o processo de dispensas, corte de empregos e fechamento de agências. Em nenhum outro país das Américas, o banco está desempregando trabalhadores como no Brasil, mesmo obtendo aqui 20% do lucro mundial", explica o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Além de manifestações e protestos, a campanha também está nas redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram), onde estão sendo usadas duas hashtags: #SantanderBastadeDemissões e #SantanderBastadeDespidosEnBrasil. A primeira destaca as atividades no Brasil e a segundo, no mundo.
A Rede Sindical do Santander decidiu também reforçar a luta pelo emprego e pela melhoria das condições de trabalho nas Américas.
Demissões injustificáveis Apesar do lucro de R$ 1,428 bilhão no primeiro trimestre de 2014, o banco espanhol cortou 4.833 empregos entre março de 2013 e março de 2014, sendo 970 nos primeiros três meses do ano, o que é injustificável.
"Enquanto paga bônus milionários para um punhado de altos executivos, os bancários e as bancárias que permanecem no emprego estão sobrecarregados, submetidos a metas abusivas e ao assédio moral, trabalhando no limite, estressados e adoecidos, e recebem um dos menores salários da categoria, o que revela falta de respeito e valorização para quem mais contribui para produzir os lucros estrondosos do banco", afirma a secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Deise Recoaro.
Cadê a reunião, Zabalza? O presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, ainda não marcou uma reunião com as entidades sindicais, após duas cartas encaminhadas em maio. Em resposta enviada no dia 6 de junho, ele disse que "em função de compromissos já assumidos, inclusive fora do País e que me impossibilitam de recebê-los com a urgência requerida, solicitarei à Vice-Presidência Executiva Sênior que viabilize uma agenda futura para que a reunião ocorra oportunamente".
Passados mais de 20 dias, Zabalza permanece em silêncio, mas se encontra no País, tendo inaugurado na segunda-feira (23) o novo data-center do Santander em Campinas (SP). Nova carta para ele foi remetida nesta semana.
A falta de diálogo é também um descaso aos cerca de 25 mil clientes insatisfeitos que assinaram cartas ao presidente do Santander, onde se solidarizam com a luta pelo fim das demissões e querem redução de tarifas e mais contratações de funcionários. As correspondências foram entregues para a diretora de Recursos Humanos, Vanessa Lobato.
"Queremos mostrar para Zabalza que é preciso mudar esse modelo de gestão baseado no corte de despesas", enfatiza a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani. "O caminho para crescer no Brasil não é reduzir custos, mas parar as demissões, fazer contratações, melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes, ampliar o crédito, baixar juros e tarifas, e investir no desenvolvimento econômico e social do País", destaca.
Fonte: Contraf-CUT com UNI Américas Finanças