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5 de Abril de 2014 às 18:12

Dirigente nacional da CUT cobra retomada vigorosa da ação sindical


 

.(Campo Grande-MS) - O secretário nacional de Organização da CUT, Jacy Afonso, defende que para superar as dificuldades colocadas pelo nefasto neoliberalismo é preciso retomar fortemente a ação sindical para fazer valer nossos interesses históricos e imediatos. “Estamos enferrujados, acomodados. Não gostaria de falar isso, mas o fato é que grande parte do movimento sindical sofreu um ‘infarto’ com as manifestações populares de junho e julho do ano passado. Infelizmente, muitos dirigentes foram surpreendidos. Eles se parecem com felinos enjaulados. Comem carne todos os dias, mas estão incapacidade para caçar”, alertou Jacy.

 

Ele fez essas colocações durante Análise de Conjuntura que apresentou no 9º Confetec-CUT, encontro que se realiza desde sexta-feira no auditório da Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.

 

Plataforma da classe trabalhadora


Segundo o dirigente da CUT, as entidades sindicais precisam elaborar e apresentar no processo eleitoral deste ano uma plataforma para a construção de um modelo de desenvolvimento que atenda os anseios da classe trabalhadora. É preciso discutir essa plataforma com toda a população e cobrar compromisso dos candidatos em todos os níveis com nossas reivindicações e nosso projeto de sociedade.

Advertiu, contudo, que não basta eleger esses candidatos. “Precisamos recuperar nossa capacidade de cobrança, de ação nos locais de trabalho, nas ruas. Nós precisamos entender que o fato de elegermos um presidente do PT não significa que o poder é do PT. Existem outros fatores e alianças que influem no governo. No entanto, ele só vai avançar com ação e pressão do movimento sindical e social”, afirmou. Jacy Afonso lembra que a atual Constituição do país, considerada progressista, só foi conquistada com a mobilização popular, pois a quantidade de deputados de esquerda era ínfima na época.

“Quando elegemos uma diretoria, estamos apenas escolhendo um instrumento para a gente avançar e conquistar mais. Não adianta nada ter uma direção avançada, se a categoria não se mobilizar para defender seus interesses coletivamente, ao lado da direção”, comparou.

Jacy Afonso alerta que neste ano não teremos unidade das centrais sindicais em relação à eleição de presidente da República. A Força Sindical, por exemplo, vai trabalhar contra a Dilma e apoiará qualquer candidato que possas derrotar este governo. Por isso, será muito mais importante a mobilização dos sindicatos cutistas para a discussão e apresentação da plataforma à sociedade e aos candidatos e ver quem realmente está ao lado dos trabalhadores.

 

Mais iniciativa do movimento sindical


]O secretário de Organização da CUT pontuou também outros momentos neste ano que exigirão iniciativa dos dirigentes sindicais.   “Nós temos que nos posicionar em relação à Copa do Mundo. O padrão Fifa representa desigualdades, por isso precisamos debater seriamente investimentos públicos em infraestrutura urbana, em mobilidade, em educação e saúde pública”.

Ha necessidade de assegurar a coleta de assinaturas para o projeto de lei  de iniciativa popular de mídia democrática, para combater o monopólio da informação nas mãos de poucas famílias que repassam uma visão única para a sociedade e contra os interesses dos trabalhadores.

O movimento sindical e social deve também, segundo Jacy Afonso, se integrar ao processo que promoverá em setembro o plebiscito popular pela mudança no sistema política. O objetivo é combater o modelo atual em que os empresários e a classe dominante eternize um modelo de financiamento político eleitoral que corrompe e favorece os interesses exclusivamente do capital. 

 

Ampliar mobilização e organização


Todo esse contexto influenciará a campanha dos bancários deste ano, que tem ainda como elemento complicador uma sequência de eleições em sindicatos da categoria nos próximos meses. Lembrou também que é preciso ampliar a experiência que levou à construção Convenção Coletiva do Trabalho dos bancários, buscando unificar campanhas e datas bases com outras categorias que atuam no ambiente financeiro, como os vigilantes.

Aproveitou para convocar todos a participarem com caravanas da marcha dos trabalhadores do próximo dia 9 em São Paulo, quando as centrais sindicais cobrarão a pauta de reivindicações da classe trabalhadora do governo, como a jornada de 40 horas semanais, respeito ao piso do Magistério, a regulamentação do sistema financeiro, mais investimentos públicos em saúde e educação.

Ao final, Jacy Afonso reafirmou o compromisso da CUT como entidade classista, de base, que busca a construção socialismo, mostrando a camiseta confeccionada pela CUT e pelo Sindicato dos Bancários de Brasília  com alusão ao princípio defendido pela central.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN - Robinson Sasaki 


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