Brasília - Neste momento de mobilização e de organização, com a proximidade da Campanha Nacional 2015, o Sindicato dos Bancários de Brasília promoveu nesta terça-feira (28), no Teatro, uma plenária de conjuntura política e econômica do país, para nortear e municiar os bancários e bancárias do DF sobre o cenário em que se darão as negociações. Participaram como expositores, representantes do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, considerou a plenária bem-sucedida. Segundo ele, as exposições mostraram as reais condições para o cenário onde vão ocorrer as negociações. “E logo, logo, vamos fazer uma nova plenária para discutir a mobilização dos trabalhadores durante a campanha salarial”, avisou.
Araújo acrescentou: “A unidade dos bancários vai fazer a diferença durante as paralisações ou as atividades que precisarmos fazer durante as negociações”. E arrematou: “Então, fiquem atentos e acompanhem as próximas convocações para mobilizações da categoria”.
“Há uma ameaça para reduzir direitos”O economista e supervisor técnico do escritório regional do Dieese no DF, Max Leno de Almeida, foi o expositor da conjuntura econômica do país. Ele destacou que, neste momento de incertezas em relação ao cenário econômico, a plenária sobre o tema foi importante, tanto do ponto de vista dos aspectos da política monetária e cambial, quanto fiscal do governo, servindo de elementos para a Campanha Nacional, que se avizinha.
Max Leno alertou que, provavelmente, haverá intransigência patronal para atender pleitos nesta campanha por conta do atual cenário, que coloca alguns desafios para as negociações.
Com relação à conjuntura do ponto de vista político, o diretor de Documentação do Diap e analista político, Antonio Queiroz, enfocou a necessidade de os trabalhadores ficarem atentos aos movimentos que estão ocorrendo neste momento, especialmente no Congresso Nacional, cujo objetivo central é desregulamentar direitos e regulamentar restrições.
“Há uma ameaça concreta no sentido de buscar suprimir, flexibilizar ou reduzir direitos”, alertou o diretor do Diap, advertindo que tem duas obras em curso, uma neoliberal e outra conservadora.
No entanto, na opinião de Queiroz, “os trabalhadores precisam resistir a essa investida porque os setores conservadores querem aproveitar esse momento de fragilidade do governo e de dificuldade econômica para fazer uma série de mudanças nos regulatórios, tanto na economia, quanto nas relações de trabalho”.
O expositor comentou que há um pano de fundo preocupante: “Um Poder Executivo fraco, um Congresso Nacional conservador, uma imprensa tendenciosa, ou seja, um ambiente político e social confuso, sinônimo de crise”, avaliou, concluindo que há erros na coordenação política e na condução da economia.
“O ambiente atual não favorece os assalariados. Mas eles não podem sucumbir ao desalento e à desesperança”, complementou Queiroz.
17ª Conferência NacionalA realização da plenária foi aprovada pelos bancários em assembleia da categoria ocorrida no dia 18 de junho, quando foram eleitos os delegados e as delegadas de Brasília para a 17ª Conferência Nacional, bem como as propostas de reivindicações e de eixos estratégicos do DF para a Campanha.
A Conferência acontece na capital paulista entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, quando os trabalhadores de todo o país irão discutir e aprovar a pauta geral de reivindicações da categoria a ser negociada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) com vistas à renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
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Mariluce FernandesDa Redação