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30 de Março de 2014 às 23:00

31/03/2014 - SEEB-Brasília participa do 7º Encontro Nacional de Comunicação da CUT


VII-Encontro-Nacional-de-Comunicação-da-CUT-ArquivoDirigentes sindicais e jornalistas que atuam na base do DF e Entorno participam do Encontro

(Brasília) - Realizado em São Paulo, o 7º Encontro Nacional Comunicação da CUT (Enacom), iniciado na quarta-feira (26), destacou em seu primeiro dia que a necessidade de unificar os veículos de comunicação e investir na formação dos comunicadores do movimento sindical não é recente, mas ainda permanecem como desafio, conforme destacaram os debates que abriram as discussões. O ciclo de debates, que ocorre até esta sexta (28), conta com a participação do Sindicato dos Bancários de Brasília. 
 
Secretária de Imprensa do Sindicato, Talita Régia, que participa do Encontro, apresentou sugestões para a construção da comunicação que garanta desenvolvimento para os trabalhadores e a sociedade. “É fundamental que o movimento sindical atue de forma unificada na comunicação. E, para que possamos avançar, precisamos intensificar os debates e centrar forças em projetos de desenvolvimento para conquistar uma comunicação mais democrática na TV, no rádio, nos jornais e na internet”, destaca.
 
“O Encontro é uma oportunidade de aprofundar o debate sobre a rede de comunicação da CUT e fortalecer a articulação com os movimentos sociais, blogosfera e outras mídias independentes”, ressalta Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT. A dirigente também avalia que 2014 será um ano estratégico para avançar na democratização da comunicação. “Esperamos chegar ao final do ano com o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática protocolado no Congresso Nacional e vamos intensificar a pressão para que seja aprovado”, afirma.
 
As discussões do Enacom servem de base para fortalecer e ampliar a rede de comunicação independente, que se consolida através dos meios criados e difundidos pelos movimentos sociais e por profissionais e intelectuais progressistas.
 
A luta por uma nova lei das comunicações, o papel das redes sociais e comunicação pública, são alguns dos temas que foram debatidos no Encontro.

Comunicação e luta de classes 
 
O movimento sindical da CUT já reúne as condições materiais, as ferramentas, para desenvolver uma comunicação mais próxima com a juventude. Mas precisa aprender a usá-las.
 
"Para se comunicar com os jovens, é preciso não subestimá-lo", disse Pablo Capilé, um dos criadores do projeto Fora do Eixo e da Mídia Ninja, protagonistas das mobilizações de junho do ano passado. Capilé foi um dos participantes da mesa realizada à tarde, sobre "Comunicação e Luta de Classes". "Por vezes os movimentos sociais tradicionais têm preconceitos em relação à juventude, assim como a classe A tem da classe C", afirmou.
 
Em primeiro lugar, ele propôs que a CUT e suas entidades filiadas coloquem sua rede, à disposição das novas gerações, para que se expressem através dos meios e espaços já construídos pela Central. Assim, acredita, pode-se criar um modelo semelhante ao modo de operação do próprio Fora do Eixo, que tem núcleos de comunicação on line espalhados pelo País, descentralizados, porém interligados em uma só rede de distribuição de conteúdo. "Não se deve tentar pautar a juventude, catequizá-la, mas colocar-se à disposição dela", sugeriu.
 
Capilé nega que existam pautas "chatas". "Se nós não nos esforçarmos para ressignificar as pautas, criar novos campos narrativos, aí fica chato mesmo". Portanto, com criatividade, segundo ele, a juventude vai aderir à pauta da classe trabalhadora. "Inclusive porque essa é a pauta dela, tem tudo a ver com seus anseios".
 
Preto Zezé, presidente da Central Única de Favelas( Cufa), outro participante da mesa, propôs que a CUT e seus sindicatos invistam em ações sociais, culturais e assistenciais junto a suas bases. "Não tenham medo de parecer assistencialistas. O mundo do trabalho mudou. A CUT não é um prédio, uma estrutura. A CUT são pessoas. Se o seu representado não puder ser acolhido pela Central e pelos seus sindicatos em seus momentos de convivência e sociabilidade, como poderá acreditar nela politicamente", questionou.
 
Ele sugeriu, por exemplo, a criação de um grande festival de cultura da CUT, abarcando todas as expressões artísticas, para trazer as famílias dos associados e, junto, o próprio associado. "O representado deixa assim de ser um número na planilha do excel e passa a ser um rosto, uma pessoa", disse.
 
A Cufa tem na aᄃão social e em projetos culturais suas principais ferramentas para empoderar a população que mora em favelas, em todos os estados do País.
 
Dogmas e preconceitos 
 
Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, apresentou diversos dados que mostram a incompreensão e os preconceitos da classe A e B em relação as classes mais baixas. "O preconceito da elite está presente no cotidiano e precisa ser mascarado", disse.
 
Meirelles destacou que o aumento do emprego formal - 20 milhões na última década - e a política de aumento real do salário mínimo desencadearam numa série de fatores positivos.
 
A renda familiar da classe média entre 2002 e 2012, por exemplo, cresceu três vezes mais do que renda da classe alta. "A elite brasileira está incomodada com a democratização do consumo. Espaços que antes eram exclusivos da elite passaram a seres utilizados por pessoas de outras classes", ressaltou.
 
Porém, mesmo com estes avanços, permanece a desigualdade social. Metade dos brasileiros possui renda domiciliar per capita de até R$513. Já os 5% mais ricos tem renda domiciliar per capita de R$2.450 . "As pesquisas tem um papel fundamental para entendermos as transformações no País", disse. "E o movimento sindical que possui uma pauta diversificada precisa aproveitar esta campo de atuação para expandir sua produção de informações e se posicionar diante de temas relevantes para a sociedade e para a classe trabalhadora", completou.
 
Participação
 
Participam do Enacom mais de 60 dirigentes e profissionais de comunicação das CUTs estaduais e dos ramos. Entre eles estão Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT, e Nilma Padilha, jornalista da Contraf-CUT. O encontro termina nesta sexta-feira (28).
 
Imprensa sindical
 
As discussões e a integração com projetos que visam oferecer comunicação de qualidade para os trabalhadores fazem parte da linha de atuação do Sindicato. Nesta semana, nos dias 24 e 25 de março, a entidade participou da Conferência de Comunicação Sindical da CUT Brasília.
 
A Conferência trouxe propostas para organizar a imprensa sindical no Distrito Federal e Entorno com ações que integrem diversas categorias. Na oportunidade, os participantes também puderam participar de uma Oficina de Redes Sociais para aprimorar os conhecimentos e domínios de ferramentas tecnológicas.

Fonte: Seeb/Brasília - Da Redação com informações da CUT Nacional 

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