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29 de Outubro de 2014 às 23:00

30/10/2014 - Para Contraf-CUT, aumento da Selic favorece bancos e emperra crescimento


A Contraf-CUT critica o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 11,25% ao ano, anunciado durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrida nesta quarta-feira (29), em Brasília.

"O crescimento econômico já está baixo e os juros, altos. E agora com a elevação da Selic, emperra ainda mais o crescimento. Mais uma vez o Banco Central desperdiçou uma boa oportunidade para retomar o bom caminho da redução da Selic e, com isso, forçar uma queda maior dos juros e dos spreads dos bancos, a fim de baratear o crédito e incentivar o emprego, o desenvolvimento e a distribuição de renda", avalia o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Para ele, "a continuidade das altas taxas de juros só serve para engordar o lucro dos bancos e inibir os investimentos das empresas na produção". 

"As urnas mostraram que a política econômica precisa estar voltada para o crescimento econômico, gerando emprego e distribuição de renda. O Copom precisa ouvir mais a sociedade e menos o mercado", acrescenta Cordeiro.

Ao subir a taxa de juros, o Copom cede aos argumentos do mercado financeiro de que há um "descontrole" da inflação, a perda de credibilidade do país perante os investidores nacionais e estrangeiros e a deterioração das contas públicas em virtude da redução do chamado "superávit primário" - que é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública interna e externa.

"Nenhum desses argumentos é verdadeiro. Muitos meses antes das eleições, o mercado já vinha tentando disseminar o 'terrorismo econômico' com o claro intuito de interferir no seu resultado a favor dos candidatos apoiados pelos bancos e pelas grandes empresas. Entretanto, os indicadores econômicos não justificam esse terrorismo", acrescenta Carlos Cordeiro.

Com o aumento da Selic, quem ganha muito é o sistema financeiro. "Os bancos abocanham recursos bilionários do Estado, na medida em que são os principais detentores de títulos públicos e se beneficiam das altas taxas da Selic, dificultando investimentos que o país tanto precisa para acelerar o crescimento e combater as desigualdades sociais", conclui o presidente da Contraf-CUT. 


Fonte: Contraf-CUT

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