(Brasília) - A força da greve dos bancários, que entra na terceira semana, fez o BRB retomar nesta segunda-feira (30) as negociações com o Sindicato e apresentar uma nova proposta às reivindicações dos trabalhadores.
"A proposta apresentada pelo BRB não contempla a revisão do PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), questão crucial que deve ser negociada com o Sindicato, não apresenta melhora no piso do bancário e tampouco no índice de reajuste, que não dialoga com a expectativa da categoria”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.
É a seguinte a nova proposta:
• Reajuste de 7% sobre todas as verbas de natureza salarial;
• Pagamento de anuênio compreendendo o período de 2000 a 2009 aos funcionários admitidos a partir daquele ano. Por exemplo: o bancário admitido em 2005 que, em 2010, passou a receber o anuênio, em 2013 conta com três anuênios. Pela nova proposta, ele contará com oito anuênios. Os valores não são retroativos;
• Os ex-auxiliares administrativos que, em dezembro de 2013, não estiverem alocados em outra função comissionada, pelo atual acordo perderão o direito à indenização. O banco propôs aos possíveis remanescentes uma substituição eventual na função de analista júnior por três meses.
Para o Sindicato, a nova proposta apresenta avanços em relação à anterior, mas ainda é insuficiente diante da pauta de reivindicações dos trabalhadores, sobretudo em relação a ganho real – que é de apenas 0,9% com o reajuste de 7%, enquanto os bancários pedem 5% de aumento acima da inflação. Além disso, deixa a desejar também nas questões específicas, como a flexibilização do VR, equiparação da AG dos auxiliares de autoatendimento com a AG de atendente de Ouvidoria, elevação do piso dos analistas de TI e licença prêmio.
“O crescimento do BRB, materializado nos próprios balanços apresentados, aponta que a proposta desta segunda-feira está muito abaixo do que os bancários reivindicam e do que o banco pode oferecer. Cobramos uma proposta melhor e que dialogue de fato com a nossa pauta”, destaca Cristiano Severo, secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato.
Renato Alves
Do Seeb Brasília