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30 de Janeiro de 2015 às 13:22

30/01/2015 - Apcef/SP questiona motivo de uma eventual privatização da Caixa em novo editorial


Texto diz que olhares famintos do mercado estão direcionados para contas correntes, poupanças, seguros, financiamentos, tarifas bancárias e de prestação de serviços. Banco, segundo a entidade, tem contribuição decisiva para o desenvolvimento social e econômico do país

 

Em novo editorial divulgado no boletim eletrônico “In Foco”, a Apcef/SP voltou a questionar a respeito do motivo que poderá levar à privatização da Caixa Econômica Federal. O texto, sob o título “Por que querem privatizar a Caixa?”, fala em seu primeiro parágrafo de olhares famintos que estão direcionados ao banco: “são nacos e nacos do mercado, são contas correntes, poupanças, seguros, financiamentos, tarifas bancárias e de prestação de serviços, enfim, cifrões”.

O editorial da Apcef/SP diz que um pacote bastante atraente engorda os olhares do sistema financeiro, que tem interesse direto nessa fatia. Trata-se, segundo o documento, de mais de 50 milhões de clientes, conquistados pela Caixa em pouco mais de 10 anos, explicando que “as demonstrações financeiras registram os saltos no número de correntistas, que eram, em dezembro de 2002, 23,1 milhões de clientes e passaram a ser de 71,7 milhões em dezembro de 2013”.

O texto relata ainda que relatórios de 2014 já apontam a marca de 75 milhões de clientes. E mais: “conclui-se então que, considerando que a população brasileira passa dos 200 milhões, abrigada em 65 milhões de famílias, de cada três brasileiros, um tem conta na Caixa e há mais de uma conta por família”.

Em outro trecho, o editorial da Apcef/SP lembra que o crescimento acelerado da Caixa em número de clientes reflete na sua participação no mercado financeiro. E observa: “Considerados os balanços anuais de 2013, as mais de quatro mil agências do banco totalizavam 12,6% das operações em Certificado de Depósitos Bancários (CDB), 14% dos depósitos à vista, 18% de todas as operações de crédito do sistema financeiro, 68% dos financiamentos imobiliários e 35% dos depósitos em cadernetas de poupança. Em resumo, as operações da Caixa representavam no mercado 2,5 Bradesco em caderneta de poupança e 1,4 Itaú em operações de crédito”.

O texto da associação paulista atesta que, em se tratando de operações no sistema financeiro de habitação, o crescimento é ainda mais atraente, chegando a 900%: de R$ 26,9 bilhões em 2002 para R$ 270,4 bilhões em 2013. É dito também que as receitas com tarifas e prestação de serviços cobrem toda a despesa da Caixa com pessoal.

O documento diz ainda que há neste pacote, “que faz brilhar os olhos dos defensores da privatização, as loterias, o penhor, o FGTS e os programas sociais. Mais do que retorno financeiro à Caixa, os serviços delegados têm representado uma contribuição decisiva para o desenvolvimento econômico e social do Brasil nos últimos anos”.

Além disso, segundo a Apcef/SP, “a defesa da Caixa 100% pública continua na pauta das entidades representativas, pois a crença é de que um banco público deve servir ao desenvolvimento do país. O documento conclui ser papel do movimento nacional dos empregados esclarecer as reais consequências de uma privatização e deixar clara a importância da Caixa para o conjunto de seus trabalhadores e o que ela representa para a sociedade brasileira.

 

Fonte: Fenae Net

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