(Porto Velho-RO) - Apesar de liderar, pelo segundo ano consecutivo, o ranking de reclamações de clientes no Banco Central – num ano em que ocupou essa incômoda liderança por sete meses consecutivos – o Santander continua executando uma verdadeira ‘caça às bruxas’ em seu quadro funcional no país, o que o credencia a ser, atualmente, o banco que mais demite no Brasil.
De acordo com dados do Dieese, houve corte de 4.542 empregos no banco espanhol nos últimos 12 meses, o que representa 8,2% de redução no quadro funcional e que, consequentemente, só vem a ampliar o atendimento precário que já impera nas unidades espalhadas por todo território nacional.
Em Rondônia esta tendência tenebrosa também impera e as demissões atingem até mesmo funcionários que estão há quase três décadas suando a camisa para ampliar os lucros do banco, a exemplo de um funcionário da agência Santander Urbano, em Porto Velho, que mesmo tendo 27 anos de casa e tendo um rendimento de trabalho de sempre atingir as metas exigidas pela instituição, e ainda acometido de doença ocupacional (LER/DORT), foi sumariamente desligado e sem nenhuma justificativa.
“E destaca-se que este funcionário possui tanto tempo de dedicação ao banco que, agora, depois de 27 anos trabalhando numa mesma empresa, e tendo sua idade avançada, terá problemas até mesmo para arrumar outra ocupação em outro banco. Ou seja, o Santander acaba ‘premiando’ funcionários tão dedicados como este com a demissão injustificada, o que chega a ser um acinte ao bom senso”, avalia Clemilson Farias, diretor de Imprensa do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) e funcionário do banco.
REUNIÃO
Por conta de tantas demissões ocorridas nos últimos anos a Contraf-CUT, federações e sindicatos se reuniram no final da tarde de ontem, quinta-feira (28), em São Paulo, com o vice-presidente executivo sênior do Santander, José de Paiva Ferreira, responsável pela área de Recursos Humanos (RH), e cobraram o fim das demissões imotivadas no banco espanhol e melhores condições de trabalho.
Os dirigentes sindicais questionaram o executivo do Santander por que o corte de empregos ocorre justamente no Brasil, que participa com 24% do lucro mundial, o maior resultado entre todos os países onde o banco atua.
Fonte: Seeb/Rondônia - Rondineli Gonzalez