Belém PA - Ficar desempregado é uma das piores experiências que um trabalhador pode passar na vida. Mais difícil ainda é quando a empresa não assina a rescisão contratual e a pessoa não tem a garantia de vários direitos trabalhistas, como as indenizações. É nessa situação que dois ex-vigilantes do HSBC Feliz Lusitânia se encontram após serem demitidos ‘sem justa causa’.
O motivo, segundo um dos demitidos que não quer ser identificado, seria a recusa de não trabalhar na unidade que ficou, por pelo menos dois dias, com a porta giratória sem o detector de metais funcionando. “Assim que identifiquei o problema, comuniquei a unidade e também a empresa de segurança que disse que não se responsabilizaria por nada. Eu como profissional não poderia colocar a minha vida em risco e a dos bancários, clientes e usuários. No primeiro dia, o Sindicato foi até o local e fechou a agência. A Polícia Federal foi lá também e não condenou nossa atitude. Porém no outro dia, o problema ainda não tinha sido resolvido e para não deixar os funcionários do banco sem segurança eu e meu colega garantimos o funcionamento da agência com bastões com detectores de metal”, lembra.
Ainda de acordo com o ex-vigilante, no dia seguinte os dois foram chamados pela empresa onde trabalhavam e foram informados que o banco teria pedido a troca dos vigilantes. Por dois meses, os dois trabalhadores ficaram sem posto fixo até serem demitidos.
“Foram quase seis anos cuidando da segurança de funcionários, clientes e usuários naquela agência para no fim ser demitido e não ter nenhum direito meu assegurado. Tive que trancar meu último semestre na universidade, é um sonho que infelizmente não vou poder realizar esse ano por essa injustiça contra mim e meu colega”, desabafa.
“Infelizmente ele foi retaliado por tentar ajudar, fazer a coisa certa. Essa realidade também ocorre, quase que diariamente, com muitos bancários e bancárias. Na época em que fechamos a agência eu estive lá junto com outros diretores do Sindicato, acionamos os órgãos competentes, o banco se comprometeu a resolver o problema, resolveu; mas acabou penalizando pessoas que só tentaram ajudar. Nos solidarizamos com os ex-vigilantes e nos colocamos à disposição”, afirma a diretora do Sindicato e funcionária do HSBC, Eliana Lima.
Assim como os ex-vigilantes contaram suas versões, o Sindicato, como entidade representativa da classe trabalhadora, espera que o banco se pronuncie sobre o caso.
Fonte: Bancários PA