Os conselheiros deliberativos eleitos foram pressionados pelo Banco do Brasil na reunião de janeiro a impedir a convocação dos conselheiros suplentes nas reuniões ordinárias, em razão da contingência orçamentária. Para os eleitos, a medida não contribui para a busca de soluções porque esvazia a governança da entidade.
Diante dessa postura e com o propósito de viabilizar a participação de todas as representações do funcionalismo, em um momento crucial para a Cassi, os conselheiros eleitos decidiram abrir mão de parcela dos honorários e de custos com deslocamento com a finalidade de não onerar a Cassi com a participação dos suplentes.
O fato interessante foi que, após tomar conhecimento da decisão dos eleitos, os conselheiros deliberativos indicados pelo patrocinador decidiram também abdicar dos honorários a que teriam direito. Apesar do evidente oportunismo, o importante é que todos, eleitos e indicados, entidades associativas e conjunto de associados, participem das discussões e que a solução seja encontrada em de mesa de negociação com o Banco do Brasil.
Conselheiros eleitos votam para fortalecer a governança e a Cassi
O Banco do Brasil precisa demonstrar maior interesse para encontrar as soluções necessárias para alcançar a sustentabilidade do Plano de Associados e consequentemente o fortalecimento da Cassi, entidade de saúde no modelo de autogestão compartilhada entre Corpo Social e BB.
Primeiro o BB, de forma unilateral, propõe aumento das contribuições em 50% para os funcionários da ativa e aposentados. O banco sabe que o estatuto da Cassi não permite alterações dessa natureza, a não ser que o Corpo Social aprove o aumento.
Propõe também um conjunto de medidas internas que aumentam as coparticipações, reduzem abonos de medicamentos e pretende criar franquia sob internação de R$ 1.500, o que prejudicaria os participantes que têm remuneração menor e também aqueles que estão adoecidos e necessitam mais da Cassi, quebrando um dos princípios basilares da entidade - a solidariedade. Os dirigentes e conselheiros eleitos votaram contra essas propostas que prejudicam os bancários e seus familiares.
Essas propostas do Banco do Brasil faziam parte da peça orçamentária da Cassi para o exercício de 2015, apresentada em dezembro pelos indicados do banco na gestão da entidade. Como não houve acordo com os eleitos, a Caixa de Assistência iniciou o ano com orçamento contingenciado.
Durante o mês de janeiro, o BB e seus indicados foram responsáveis pela descontinuidade de um importante programa de cuidados a doentes crônicos, o PAC, que afetou mais de 10 mil participantes. A medida foi desleal porque o programa havia sido aprovado em outubro com o voto dos indicados para vigorar até abril de 2015.
Toda a discussão das divergências de propostas para a gestão da Cassi entre os representantes eleitos pelo Corpo Social e o banco e seus indicados foram levadas para as entidades sindicais pela Comissão de Empresa da Contraf-CUT no mês de dezembro (
veja aqui ). Também está sendo levada ao conhecimento das entidades associativas, como ocorreu no último dia 22 na sede da Anabb (
veja aqui ).
Unidade e mobilização
Os eleitos estão propondo unidade e mobilização do funcionalismo para que o banco abra negociações para resolver a questão do aporte necessário neste momento, até que a Cassi aprofunde o modelo de Atenção Integral à Saúde, que estende para o conjunto dos associados as equipes de família, com a promoção de saúde e prevenção de doenças ao longo da vida do bancário e seus familiares.
Fonte: Contraf-CUT