A agência do HSBC em Formosa (GO) só foi reaberta nesta quinta (26) por força de interdito proibitório, obtido pelo banco na Justiça. É o segundo banco a usar desse artifício para atacar o direito legal de greve dos trabalhadores. O outro é o Itaú, que conseguiu a medida na quarta-feira. A ação dos bancos visa intimidar os funcionários que estão parados e impedir a atuação do comitê de esclarecimento que há oito dias é bem sucedido na missão de obter adesão dos bancários à greve.
“Não será com esse tipo de ameaça aos grevistas e investida contra o nosso direito constitucional de fazer greve que os bancos conseguirão deter nosso movimento. Logo, os companheiros e companheiras desses dois bancos voltam a parar. Eles sabem que a greve é nosso último recurso para que os banqueiros atendam nossas reivindicações. A intensidade do movimento é uma demonstração clara de nossa insatisfação com as condições de trabalho atuais e da nossa indignação em relação à proposta de 6,1% de reajuste, que apenas repõe as perdas com inflação no último ano. Quanto mais os patrões ameaçam, mais adesão teremos à greve”, afirma Clever Bomfim, presidente do Sintraf-Ride.
Como os banqueiros continuam intransigentes, a assembleia conjunta dos bancários da Ride e de Brasília nesta quinta teve caráter organizativo, para fortalecer o movimento e os comitês de esclarecimento, com objetivo de aumentar ainda mais a paralisação e a pressão sobre os patrões. “Infelizmente, a greve é a única língua que os banqueiros conhecem. Os bancos formam o setor que mais fatura na nossa economia, nada contribuindo para a divisão da riqueza. Ao contrário, em vez de gerar emprego e renda, é o setor que mais demite e mais contribui para a desigualdade econômica no país”, critica Clever Bomfim.
A greve no Entorno, no DF e em outros nove Estados da região Centro-Norte do país atinge atualmente cerca de 1.200 agências e postos de atendimento bancário, segundo balanço da Fetec-CUT/CN. A greve prosseguirá até que o bancos apresentem proposta decente que represente aumento real de salários e de pisos, fim de metas abusivas, mais contrataᄃões, melhores condições de trabalho e segurança bancária, afirma o presidente da Fetec, José Avelino.
Fonte: Sintraf-Ride - Da redação