Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT
São Paulo - Uma pauta unificada para todo Brasil. Esse foi o ponto em comum dos quatro encontros nacionais dos funcionários de bancos privados, que começaram nesta terça-feira (26), em São Paulo.
Os trabalhadores do Bradesco, concentrados no Hotel Braston São Raphael, no Largo do Arouche, iniciaram o trabalho com uma análise dos resultados do banco, a partir de uma apresentação do Dieese. "São indicadores que vão nos ajudar a planejar nossas políticas, já que nós estamos começando uma campanha nacional de valorização do bancário", comenta Neiva Maria Ribeiro dos Santos, secretária de formação do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Os participantes fizeram também uma análise da estrutura da holding Bradesco. "É a estratégia da Contraf criar o ramo financeiro. Então, vamos lutar pela contratação diferenciada, para trazer esses trabalhadores para dentro do acordo coletivo dos bancários", explica.
Neiva revela também que o encontro ainda vai traçar estratégias de organização para construção do ramo, além de planejar a atuação da Comissão de Empregados (COE) nos próximos anos. "Nós vamos debater um mote único para todo o Brasil. É importante para que a gente possa construir uma pauta específica, além da campanha nacional unificada. Nossa pauta tem 18 itens e queremos atualizá-la com questões como auxílio-educação, inclusão de pais e mães no plano de saúde e remuneração variável."
Os bancários do Santander, reunidos no Hotel Boulevard São Luiz, fizeram uma análise do balanço do banco, em cima dos dados apresentados pelo Dieese. "Com esses números na cabeça, podemos iniciar o alinhamento político de ação nacional para defender nossas demandas e traçar um plano de luta para cobrar o banco", informa a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.
Para ela, quando a categoria mostra uma unidade nacional, o movimento ganha mais força. "A ação nacional nos dá mais poder na mesa de negociação. Mas, não podemos usar sempre, só quando há real necessidade."
No hotel Braston Martins Fontes, os funcionários do Itaú definiram questões centrais para este ano, como os nomes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) e pontos de contatos nas federações, a periodicidade de reuniões e um alinhamento de conteúdo para os materiais de comunicação da campanha. "Este é o período de reorganizar a comissão e escutar todas as demandas nacionais para definirmos uma pauta única e negociar a agenda de negociação com os bancos", acredita Jair Santos, coordenador da COE.
HSBC: Contra demissões
Como já estava previsto, o encontro do HSBC, no Hotel Braston Augusta, discutiu o anúncio feito pelo banco inglês de que analisa a venda de seus ativos financeiros no Brasil. "Queremos dar visibilidade a este processo e mostrar para a sociedade os reflexos sociais negativos dessa venda. Pois, os órgãos reguladores consideram apenas as questões mercadológicas e esquecem das pessoas e de suas necessidades", garante Cristiane Zacarias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do HSBC. "Nós estamos aqui fazendo a luta em defesa do emprego. Esta luta, no fundo, também é pela defesa e ampliação dos direitos dos bancários", completa.
Fonte: Contraf-CUT