Brasília - Esta sexta-feira (27) foi marcada por uma série de manifestações em todo o país dentro do Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública. Em Brasília, o protesto ocorreu a partir do meio-dia, em frente ao Edifício Matriz I, no Setor Bancário Sul.
Durante duas horas, dirigentes sindicais expuseram a insatisfação com a possibilidade de abertura de capital da instituição financeira e defenderam a importância da continuidade da Caixa totalmente pública para os brasileiros.
Os empregados da Caixa se conscientizaram que a medida é nociva e marcaram presença no ato, se posicionando contra a ameaça de abertura de capital. Receptivos, demonstraram confiança na luta.
“Convidamos todos os colegas da Caixa a participarem da mobilização em defesa da Caixa 100% pública. A empresa é o que é em razão do esforço e sacrifício de seus empregados, que acreditam no seu papel social”, ressaltou a diretora do Sindicato e da Contraf-CUT, Fabiana Uehara. Ela destacou a importância de, mais uma vez, os empregados serem chamados a participarem da luta para que a Caixa permaneça totalmente pública, o que já deu bons resultados em outros momentos em que foi necessária a resistência dos empregados.
“A Caixa, que tem como característica estender a mão aos menos favorecidos, é mais que um banco e a sua história revela isso”, ponderou o diretor da Federação Centro Norte Enilson da Silva. Ele destacou que é necessário que a Caixa continue pública, uma vez que é um instrumento fundamental para o Estado no desenvolvimento das ações sociais. “A instituição precisa continuar nesse caminho”, afirmou Enilson. E questionou: “Para onde irá o recurso da abertura do capital, caso isso venha a acontecer?”
O diretor da Fetec argumentou que o único interessado em abrir o capital da Caixa é a Bolsa de Valores, “porque ninguém do restante da sociedade aceita essa irresponsabilidade”. Ele acrescentou que, por isso, o movimento sindical exige que a presidente da instituição, Miriam Belchior, acabe com esse boato, que não tem nenhum respaldo da sociedade para se materializar. E avisou: “Não descansaremos enquanto o governo não tirar essa pauta”.
A leitura do manifesto intitulado a “Caixa não se vende”, aprovado durante encontro em defesa da Caixa 100% pública, realizado na quarta-feira (25), na Câmara dos Deputados, foi feita pelo secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo.
Francinaldo Costa, diretor da Federação Centro Norte, também criticou a possibilidade de abertura de capital da Caixa e frisou a importância do banco para dar continuidade às políticas sociais.
Sonho do povo brasileiro
“A Caixa nasceu com a característica de ajudar e cuidar das pessoas. É uma empresa muito mais do que um banco, como diz seu slogan, que sobreviveu a todo tipo de ataque”, observou a deputada federal Erika Kokay (PT/DF), que frisou: “Não podemos permitir que essa ameaça de abertura de capital se concretize”. E concluiu: “A Caixa faz parte da realização do sonho do povo brasileiro”.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília