(Belém-PA) - A fundação do Sindicato dos Bancários do Pará foi no dia 24 de novembro de 1933, mas a comemoração dos 80 anos da entidade foi na última sexta-feira (22) na sede da entidade, palco de momentos históricos da categoria, que foram lembrados durante a festa e numa pequena exposição, fixa e móvel, de registros fotográficos de quase um século de lutas e conquistas. O som da noite ficou por conta das bandas Super Jam e Sayonara.
O espaço ficou pequeno para os mais de 1.000 bancários, bancárias, autoridades políticas, dirigentes sindicais e ex-presidentes do Sindicato, que também foram homenageados durante a festa como: Alberto Rocha Cunha (Betinho), Vera Lúcia dos Remédios Paoloni e Raimundo Walter Luz Junior (Waltinho). A atual presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim, e a bancária e ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, também foram homenageadas pelos trabalhos dedicados à categoria bancária.
Entre os convidados, destaque para a participação do presidente da CUT Pará, Martinho Souza; o secretário de organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira e o secretário de relações de trabalho da Contraf-CUT, Adílson Barros; o presidente da Fetec-CUT Centro Norte, José Avelino; e o deputado federal pelo PT Pará, Cláudio Puty.
“A nossa luta por melhores salários e condições de trabalho continua até hoje. Temos ainda muita história para contar sobre nossos 80 anos, mas o certo é que ainda temos muita história para escrever no futuro que nasce a cada dia para os trabalhadores e trabalhadoras no Brasil e no mundo. É uma honra estar a frente dessa entidade representando todos os dias uma da maiores categorias de trabalhadores do país; e por isso quero, em nome de toda a diretoria, agradecer a presença de todos e todas e aos nossos mais de 5.500 associados que acreditam no nosso trabalho e na nossa luta. Vida longa ao Sindicato dos Bancários do Pará”, ressaltou a presidenta da entidade, Rosalina Amorim.
80 anos de lutas e conquistas
O Sindicato dos Bancários do Pará foi fundado um ano após a primeira greve da categoria bancária, iniciada em 18 de abril de 1932, na cidade de Santos, em São Paulo, e desde sua origem, a entidade já incomodava as autoridades regionais e nacionais.
Prova disso, foi o fato de o governo ditatorial de Getúlio Vargas ter limitado a jurisdição do Sindicato apenas para a cidade de Belém, ainda que o estatuto da entidade abrangesse todo o estado do Pará e o território do Amapá.
Somente na década de 80 é que o Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá, na época, teve sua jurisdição oficialmente reconhecida, após decisão do ministro interino do trabalho, Geraldo Antonio Nogueira Mine, que estendeu a base da entidade após muita pressão da categoria.
Entre as décadas de 80 e 90, o Sindicato participou de momentos históricos e decisivos para a categoria e para a classe trabalhadora brasileira, como a fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em 1983, da qual a entidade é filiada, a fundação da Confederação Nacional dos Bancários (CNB) em 1992 que hoje é a Contraf-CUT e, nesse mesmo ano, a assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho, que garante isonomia de direitos para os bancários e bancárias de todo país.
De 1994 a 2002, o neoliberalismo ganhou força no Brasil durante a chamada Era FHC, período marcado pelas privatizações, arrocho salarial, fragilização de direitos trabalhistas e desemprego. O Sindicato esteve na luta contra o neoliberalismo contra a privatização do Banpará.
Outra mobilização importante na década de 90 foi a campanha “A vida vale mais que o lucro”, que resultou na instalação de portas giratórias na maioria das agências do Pará. A luta do Sindicato por segurança pública e segurança bancária é permanente, tanto que estamos constantemente nas ruas, ou mesmo nos canais de imprensa local, cobrando dos bancos e dos governos mais compromisso, responsabilidade e investimentos na área de segurança. Para o Sindicato, a retomada efetiva do GT Estadual de Segurança Bancária, criado em 2007 e extinto pelo atual governo em 2011, e que contava com a participação de representantes dos bancários, vigilantes e transportadores de valores, assim como das polícias, dos bancos e do governo estadual, é fundamental para a segurança pública e bancária em nosso Estado.
Ao longo de nossa história, outras importantes conquistas merecem destaque como o Dia do Bancário, o 13º salário, a jornada de trabalho de 6h da categoria bancária, a PLR, cesta, tíquete e vale alimentação/refeição, licenças maternidade, paternidade e saúde, a unificação da categoria e tantas outras vitórias.
Além disso, o Sindicato reformou e modernizou a sede administrativa da entidade, o Ginásio Poliesportivo, o Alojamento Bancário em Belém e em Santarém, onde tem uma das duas subsedes (a outra fica em Marabá), o Anexo Boteco Bancário – todos esses espaços formam o Complexo Cultural Bancário inaugurado há pouco mais de um ano na capital paraense; frutos das contribuições sindicais que também permitiram a realização das Caravanas Bancárias, projeto que leva a diretoria às agências bancárias nos municípios paraenses.
Agora a luta, além da permanente por melhores salários e condições de trabalho, é contra a aprovação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 4330, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que prevê a regulamentação das terceirizações nos setores públicos e privados.
Fonte: Bancários PA