(Rio Branco-AC) - No oitavo dia de greve bancária, o número de clientes na busca de atendimento começa a se multiplicar nas portas das agências, mas a Fenaban, pouco preocupada com a situação, continua silenciar, ao invés de apresentar uma proposta decentes para pôr fim ao movimento grevista.
Sem proposta, milhares de bancários continuam de braços cruzados, numa greve que já atingiu mais de 10 mil unidades em todo país, sendo que 35 delas no território acreano.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, pede apoio a sociedade na luta dos bancários por melhores salários e condições de trabalho, assim como ampliação do número de unidades e postos de trabalho.
Nesta quinta-feira, a deputada federal Perpetua Almeida (PC do B), ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, esteve presente na greve dos bancários. A parlamentar cumprimentou dezenas de grevista e diz que a paralisação e justa. Perpetua falou ainda do apoio de seu mandato ao arquivamento da PL 4330.
Um dos milhares de personagens do oitavo dia de greve bancária é o Seu Alberto, deficiente visual, 65 anos. Cedo ele esteve na unidade do Banco Itaú na busca por atendimento. O funcionário da unidade Nilton Ademir, hoje dirigente sindical liberado, conheceu o personagem e ajudou a fazer o saque da aposentadoria no alto-atendimento.
Feliz pelo serviço, Seu Alberto entre uma conversa e outra não deixou de falar da greve dos bancários. Explicou que o movimenta prejudica parte dos serviços oferecidos à população, mas que não tira a razão dos bancários de reivindicar seus direitos na sua data-base, jogando toda a responsabilidade dos transtornos para a Fenaban que silenciou após a rejeição da proposta de 6,1%, ofertada dia 5 de setembro.
O funcionário da unidade Nilton Ademir adente pensionista na agência Itaú
Casados a 60 anos, Geraldo e Ana buscaram atendimento na manhã de hoje na agência do Banco Itaú/Rio Branco. Os dois reivindicavam o cancelamento do cartão de crédito, pois não aguentavam pagar tanto juros.
Com a voz cansada, Geraldo Alves aproximou-se da comissão de esclarecimento e pediu ajuda. Nilton Ademir então se prontificou a ajudá-lo e perguntou o motivo de sua ida ao banco. Ele respondeu: quero cancelar o meu cartão de crédito, não aguentou pagar tanto juros meu filho.
O serviço é feito dentro da unidade, mas a direção do Sindicato solicitou ajuda da gerencia para solucionar o problema do aposentado, que mora no Conjunto Rui Lino, localizado a 10 quilômetro da unidade.
- É um tipo de pedido que não podemos deixar de atender. O casal de idoso mora longe da agência, tem dificuldade para chegar a unidade e não seria justo não atendermos este tipo de caso, pois são pessoas que merece o respeito do nosso movimento pela história de vida, diz Nilton Ademir.
Mineiro de Governador Valadares, Geraldo Alves falou das dificuldades da vida, mas agradeceu a Deus por tudo. Humilde, ficou grato pela atenção dos grevistas e revelou o amor ao Acre, terra onde mora a 37 anos.
A respeito do movimento grevista, ele explicou que tem os dois lados. O primeiro que causa certo transtornos aos usuários e clientes. E o segundo que é legitimo e justo, pois a categoria bancária atendem muito bem os clientes, mas não são recompensados como deveria pelos patrões.
Mesmo em greve, Nilton Ademir abriu exceção para atender o casal de aposentado.
Fonte: Seeb/Acre Manoel Façanha