Por Seeb/Rondônia - Rondineli Gonzalez
(Porto Velho-RO) - A greve nacional dos bancários, que completou oito dias nesta quinta-feira, 26/9, já fechou 10.024 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo dados repassados pelos sindicatos à Contraf-CUT até o início da noite ontem, quarta-feira.
Em Rondônia o número de agências fechadas chegou hoje a 105, de pouco mais de 120 unidades espalhadas pelo Estado.
Os bancários, indignados com a proposta imoral da Fenaban, de reajuste de apenas 6,1%, continuam ampliando e intensificando a paralisação da categoria em todo o país. Até mesmo trabalhadores de setores estratégicos também aderiram à greve, com destaque para a paralisação de call centers.
A greve nacional foi deflagrada na quinta-feira (19) e, como nos anos anteriores, vem crescendo a cada dia. No primeiro dia foram fechadas 6.145 unidades, subindo para 7.282 no segundo dia, 9015 no quinto dia e 9.665 unidades no sexto dia. Trata-se de um crescimento de 63,12% em relação ao primeiro dia de greve.
A greve deste ano deve ser mais longa que a do ano passado, que durou apenas nove dias. O motivo do movimento se estender por tempo indeterminado se deve ao silêncio dos bancos, que até agora não se manifestaram para sequer propor uma nova rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários.
“E exatamente neste momento, que começam a sair os salários dos servidores públicos municipais e estaduais é que a população vai sentir mais os efeitos negativos dessa greve que é, sobretudo, culpa dos banqueiros. É inadmissível que os bancos, que lucraram mais de R$ 40 bilhões no primeiro semestre deste ano – o maior lucro financeiro a nível mundial – continuem com esse silêncio, ignorando não apenas as reivindicações dos bancários, mas também os problemas causados à toda sociedade com os bancos fechados”, comentou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
Os bancários exigem, além do reajuste de 11,93%, valorização do piso, mais contratações e fim da rotatividade, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades, pontos que servirão, acima de tudo, para melhorar o atendimento ao público.
REIVINDICAÇÕES GERAIS DOS BANCÁRIOS
* Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
* PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
* Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
* Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
* Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
* Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
* Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de afrodescendentes.
(Com informações da Contraf-CUT)