(Brasília) - Dispostos a ampliarem a mobilização em todos os locais de trabalho, os bancários e bancárias de Brasília saíram em passeata nesta quarta-feira (25) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão até a Rodoviária do Plano Piloto contra a intransigência dos bancos, que apresentaram proposta apenas com a reposição da inflação (6,1%), sem aumento real. Em greve desde quinta-feira (19), a categoria participou do ato em conjunto com os trabalhadores dos Correios, que também estão de braços cruzados.
Em frente ao Ministério do Planejamento, bancários e trabalhadores dos Correios cobraram do governo federal – acionista majoritário do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal – a reabertura das negociações específicas com as instituições financeiras públicas e com os Correios. Também exigiram que o governo pressione a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a realizar nova rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários.
“Nossa luta abrange todos os trabalhadores e a população, que também quer transporte de qualidade, fim da corrupção, fim das filas e redução das tarifas e dos juros altos”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que representa dos trabalhadores de Brasília no Comando Nacional dos Bancários. “Se os bancos não querem negociar, nós iremos para as ruas mostrar o quanto eles exploram os bancários, os clientes e os usuários. O sistema financeiro, que é o setor mais lucrativo deste país, é também um dos que mais demite e adoece seus funcionários”, acrescentou.
Greve cresce em todo o país
Em greve há sete dias, os bancários continuam ampliando e intensificando a paralisação da categoria em todo o país. Nesta quarta-feira (25) exatas 10.024 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados foram paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal. Trabalhadores de setores estratégicos também aderiram à greve, com destaque para a paralisação de call centers.
No DF, o movimento ganha novas adesões a cada dia. A grande maioria das agências de bancos públicos e privados continua de portas fechadas.
Na Campanha Nacional 2013, que tem o tema ‘Vem pra Luta’, a categoria luta por aumento real de salário, valorização do piso, mais contratações e fim da rotatividade, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.
“É inadmissível que os bancos ofereçam apenas a reposição da inflação. Eles têm plenas condições de atender nossas reivindicações e melhorar esta proposta de 6,1%. Caso os banqueiros continuem em silêncio, vamos ecoar nossas vozes por todo o país, denunciando o cinismo e a intransigência dos bancos, que só pensam em lucrar”, destacou a secretária de Administração, Patrimônio e Informática do Sindicato, Rosane Alaby.
População apoia greve dos bancários
Durante a passeata pela Esplanada dos Ministérios, bancários e trabalhadores dos Correios distribuíram cartas à população explicando por que as duas categorias estão de braços cruzados. As notas também foram distribuídas na Rodoviária do Plano Piloto, logo após o encerramento da passeata, que reuniu centenas de trabalhadores.
Clique para ler a carta entregue pelo Sindicato à população.
Sensibilizada com as reivindicações dos bancários e dos trabalhadores dos Correios, a população se manifestou favorável à greve das categorias. Ao longo da passeata, motoristas e pedestres buzinaram e acenaram com gestos positivos.
“Estamos aqui para pedir o apoio da população e explicar que a greve foi a alternativa que restou para os bancários, diante da intransigência dos bancos. Os banqueiros lucram bilhões e querem pagar pouco pelo esforço dos bancários que, muitas vezes, ficam sem almoçar para bater as metas e atender dezenas de clientes que esperam pelo atendimento em filas intermináveis”, frisou a secretária-geral do Sindicato, Cida Sousa.
Vamos fortalecer a greve?
Para ampliarmos ainda mais a nossa greve, que completa oito dias nesta quinta-feira (26), precisamos reforçar os comitês de esclarecimento em todas as regiões do Distrito Federal.
O Sindicato disponibiliza material para os comitês. Basta entrar em contato com a entidade pelo telefone 3262-9090 para solicitar os cartazes de greve.
“Trabalhador deve apoiar trabalhador. Unidos, somos mais fortes para pressionar os patrões. Os banqueiros, que nadam em dinheiro, podem e devem atender as nossas reivindicações, que são justas e legítimas”, afirmou o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) Matuzalém Albuquerque.
“É grande a adesão à greve em todos os bancos públicos e privados. No entanto, muitos trabalhadores ainda não estão nas ruas. Não comparecer ao local de trabalho durante a greve é muito importante. Porém, comparecer às atividades e comitês de esclarecimento também é essencial para fortalecer nosso movimento. Por esse motivo, continuamos convidando cada bancário e bancária: vem pra luta!”, salientou o secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília