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26 de Julho de 2014 às 11:31

26/07/2014 - Brasil vai bem e bancos podem atender reivindicações, dizem palestrantes


Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT 

Monzane (1º) e Marcolino (4º) analisam as conjunturas internacional e nacional


Rede de Comunicação dos Bancários
Maria Ester Costa, Lucimar Cruz Beraldo e Nilma Padilha

Na análise de conjuntura que abriu neste sábado 26 o segundo dia da 16ª Conferência Nacional dos Bancários, Marcio Monzane, coordenador mundial da UNI-Finanças, o sindical global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores ao qual a Contraf-CUT é filiada, ressaltou a relevância que os Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão assumindo como importante instrumento que rompe pela primeira vez na história a hegemonia econômica dos países colonizadores. Analisando a conjuntura nacional, o deputado estadual paulista Luiz Cláudio Marcolino (PT) avaliou que a situação econômica do Brasil é sólida, principalmente no sistema financeiro, o que permite que os bancários obtenham novas conquistas na Campanha Nacional de 2014.

O brasileiro Monzane, ex-diretor do Sindicato de São Paulo, disse que a recém-criação do banco dos Brics amplia a influência mundial do bloco e, consequentemente, o papel do Brasil como líder regional. "O banco dos Brics já nasce maior que o Banco Mundial e o FMI, com importância econômica muito grande", avalia. 

Para ele, "o papel do novo banco não deve ser apenas financiar o desenvolvimento, mas fazer um contraponto com a austeridade fiscal, gerando distribuição de renda, emprego e diminuindo a dependência dos EUA". 

Mas Monzane ponderou que os países do bloco têm significativas diferenças entre si, e que neste sentido o Brasil ganha destaque e liderança porque não enfrenta problemas internos ou crises com vizinhos como os seus parceiros. "Sendo hoje a sexta economia do mundo, o Brasil é único país a atingir os objetivos do milênio, com maior processo de inclusão social e economia de sustentável entre o bloco", disse.

O coordenador mundial da UNI Finanças também analisou as mudanças políticas nas últimas eleições para o Parlamento Europeu (com crescimento das forças de extrema-direita e esquerda), os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e os panoramas econômico-sociais e políticos da Ásia e do continente africano. 

Os efeitos das manifestações de junho

Já o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), ex-presidente do Sindicato de São Paulo, ressaltou a necessidade de se levar em conta os aspectos econômicos e políticos para a construção de uma Campanha Nacional dos Bancários vitoriosa.

Resgatando as manifestações de junho de 2013, Marcolino avalia que quatro fatores instigaram os protestos nas ruas: a ideia construída pela grande mídia de que estaria em curso o descontrole da inflação; o combate à corrupção; a busca por melhores direitos sociais; e o questionamento sobre as instituições constituídas, como partidos políticos, entidades sindicais e organizações sociais.

Conjuntura favorável para os bancários

Em relação à campanha dos bancários, o deputado acredita que, "para este ano, os banqueiros tendem a retomar o discurso sobre dificuldades econômicas no Brasil e no mundo. No entanto, os números mostram que a economia mundial está em recuperação e que o nosso país está preparado para a transição".

Marcolino mostrou com gráficos que o Brasil conta com reservas internacionais elevadas, de US$ 376 bilhões, ocupando a terceira colocação mundial, atrás apenas da Rússia e da China, o que demonstra uma forte confiança internacional na economia brasileira.

Além disso, a inflação está sob controle, com um patamar médio de 5,9% ao ano entre 2003 e 2013, ao passo que de 1995 a 2012, nos governos tucanos, a média era de 9,2% ao ano. Já a inflação dos alimentos segue em trajetória descendente: em 2012, 9,9%; em 2013, 8,5%; e em 2013, 7,2%.

Também mereceu destaque do deputado a solidez fiscal registrada pelo Brasil nos últimos 11 anos. De 2003 para cá, a média do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro foi de 3%, ao passo que de 1995 a 2002, a média foi de 1,5%.

Inclusão social

Além dos números positivos da última década, o Brasil segue investindo fortemente em programas sociais, dentre os quais o Bolsa Família, o Luz para Todos, a criação de novas universidades, desenvolvimento de infraestrutura em portos, aeroportos, dentre outros. Somado a isso, estão as políticas de combate ao desemprego e criação de empregos formais.

Para Marcolino, neste momento de reflexões sobre os rumos da Campanha Nacional 2014, os bancários devem levar em conta a existência de dois Brasis. "Inicialmente, o Brasil da era FHC, quando imperava o desemprego, o desmonte público e a desestatização das políticas de governo. E o Brasil de hoje, com avanços sociais. Não podemos voltar atrás, por isso a importância de fortalecermos nossas bandeiras de caráter democrático-popular e, assim, seguirmos avançando".

 


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