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25 de Outubro de 2013 às 16:15

25/10/2013 - Metas abusivas são maior causa de adoecimento nos bancos


As mulheres continuam sendo as maiores vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho e o cumprimento de metas abusivas a maior causa de adoecimento dos funcionários de bancos. Essa foi a conclusão unânime dos participantes do Ato Público promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na última terça-feira, 22, em Porto Velho. O ato ocorreu durante toda a semana também nas 28 regionais do MPT em todo o país.

O evento, que foi aberto pelo Dr. Marcos Gomes Cutrim, Procurador do Trabalho Chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região e foi coordenado por Bernardo Mata Schuch, Procurador do Trabalho e Coordenador Regional da Coordingualdade (Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade e Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho) contou ainda com a participação de psicólogos, advogados, bancários, dirigentes sindicais e trabalhadores de outras áreas.

O ato público oportunizou aos debatedores e aos participantes as explicações sobre a triste realidade na rotina dos bancários, uma categoria que, segundo dados da própria Previdência Social, é a que mais adoece por conta do assédio moral entre todas as demais categorias de trabalhadores.

Para os debatedores os bancários sofrem constantemente com as exigências além dos limites por parte de executivos e gestores dos bancos para o cumprimento das famigeradas metas desumanas, com as jornadas de trabalho extrapoladas, com as férias individuais comprometidas e compensação de dias parados nas greves, o que acaba ampliando o stress, a humilhação e a perseguição individual ou coletiva, o que, consequentemente, gera o adoecimento físico e psicológico e, em alguns casos, até a morte do trabalhador.

“Foi de grande importância a realização deste evento para nós, bancários, juntamente com procuradores e trabalhadores de outras áreas debatêssemos sobre este grande mal que impera no ambiente de trabalho, principalmente dentro dos bancos. É triste constatar que o assédio moral é uma realidade tão antiga quanto o próprio trabalho e nos bancos ela é ainda mais cruel, pois a humilhação e a pressão contínua dos bancos para o cumprimento de metas abusivas são uma rotina incessante. Por conta do objetivo principal que é o lucro, a todo custo, os bancos promovem a prática do assédio moral, incentivando competições agressivas entre os trabalhadores, a extrapolação da jornada de trabalho e até mesmo a perseguição, ao enviar torpedos (SMS) para o celular do bancário. Ou seja, o assédio moral existe porque os bancos só visam os lucros e ignoram a dignidade do ser humano, que adoece e pode até perder sua vida por isso”, avaliou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), que enfatizou a iniciativa do MPT, em especial do procurador Bernardo Mata Schuch, coordenador geral do ato público.

“Eventos como esse são de extrema importância para debater e procurar soluções para tantos problemas que atingem os trabalhadores e devem servir de exemplo para que outras instituições promovam estas iniciativas a fim de buscar uma melhor qualidade de vida para todos, em todos os ambientes de trabalho”, concluiu o presidente.


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