Crédito: CUT Brasília
Manifestação da CUT Brasília contra independência do BC, dia 9 de setembro
A Contraf-CUT orienta as entidades filiadas a mobilizarem suas bases para as manifestações em frente à sede e às representações do Banco Central em todo o país no dia 2 de outubro, para protestar contra as propostas de independência do BC e para defender o fortalecimento do papel dos bancos públicos, dois temas que estão no centro do debate eleitoral e sobre os quais a categoria tem posição histórica definida em seus fᄈruns nacionais.
Com sede em Brasília, o Banco Central tem representações em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Belém. A decisão de realizar os protestos diante dos prédios do BC nessas capitais foi tomada pelo Comando Nacional dos Bancários, em reunião realizada após a última rodada de negociações com a Fenaban, dia 19.
A independência do BC e a limitação da atuação dos bancos públicos estão explicitados no programa de governo da candidata Marina Silva, coordenado pela herdeira do Itaú Maria Alice Setúbal, e vêm sendo defendidos pelos principais assessores econômicos de Aécio Neves. São bandeiras dos bancos privados e da Fenaban, que se chocam frontalmente com as posições que os bancários têm defendido historicamente em suas conferências nacionais e nos congressos da Contraf-CUT.
Bancos não podem governar o país
"O Banco Central já desfruta hoje de autonomia excessiva e de aproximação promíscua com o mercado financeiro, a ponto de impor sucessivos aumentos da taxa Selic para satisfazer os bancos e os rentistas, mesmo contra a vontade do governo e da sociedade", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "A independência formal do BC significa entregar a condução da política macroeconômica do país ao mercado financeiro, roubando essa atribuição constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população."
Para a Contraf-CUT, é importante também intensificar a campanha contra a ideia de redução do papel dos bancos públicos e fazer essa discussão com a sociedade. "São abundantes os exemplos recentes da importância das instituições financeiras públicas para o desenvolvimento econômico e social do país", constata Carlos Cordeiro.
"Foi com a contribuição decisiva dos bancos públicos que o Brasil passou incólume pela crise de 2008. Enquanto os bancos privados fecharam as torneiras e encareceram o crédito, as instituiçᄉes públicas lideradas por BB, Caixa, BNDES, BNB e Banco da Amazônia ampliaram a oferta de crédito, mantendo o mercado de consumo aquecido e gerando empregos", lembra o presidente da Contraf-CUT.
Cordeiro adverte ainda que se os bancos públicos tiverem sua atuação reduzida, será o fim dos financiamentos a juros mais baixos da agricultura familiar, dos programas de moradia como Minha Casa Minha Vida, do microcrédito e das obras necessárias de infra-estrutura de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, geração de energia etc..
"Por isso é imprescindível fazermos esse debate com os bancários e com a população sobre os riscos que os trabalhadores e o país correm se essas propostas defendidas pelos bancos forem implementadas", conclui o coordenador do Comando Nacional.
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Fonte: Contraf-CUT