Andréia Cercarioli
(Campo Grande-MS) - Bancários, carteiros, índios, CUT-MS, Sinergia-MS (Sindicato dos Eletricitários), Sindicato e Federação da Alimentação, Sindicato e Federação da Construção Civil, Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, entre outros protestaram ontem (24), nas ruas do Centro de Campo Grande-MS, interditando o trânsito, na altura da avenida Afonso Pena e rua 14 de Julho. Os grupos se encontraram em frente à agência do Banco do Brasil, na avenida Afonso Pena com a rua 13 de Maio, de onde seguiram pelo Centro da Capital em marcha de protesto.
Os bancᄀrios reivindicam o fim da terceirização (Projeto de Lei 4330/2004), cobram a rotatividade de funcionários nas agências e contra a postura dos bancos nas negociações. A classe está em greve desde a semana passada. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rejeitou praticamente todas as reivindicações da categoria e apresentou, na última rodada, realizada no dia 5 de setembro, apenas um reajuste de 6,1% que só repõe a inflação do período pelo INPC. Assembleias em todo o país rejeitaram no dia 12 de setembro a proposta e deflagraram greve por tempo indeterminado, que já está completando uma semana.
Os manifestantes seguiram pela rua Marechal Cândido Mariano Rondon até a rua Barão do Rio Branco, onde finalizaram o movimento na agência do banco Itaú. O protesto reuniu cerca de 300 pessoas e cada categoria reivindica melhorias aos trabalhadores.
No caso dos carteiros, é cobrada a reposição da inflação em 7,13%; reajuste salarial de pelo menos 15%; incorporação no salário base (que atualmente é de R$ 1.004 por 40 horas semanais) de R$ 200, entre outros. A categoria reclama de não haver negociação com o pedido.
Os indígenas pedem melhorias na área da saúde. Cobram da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) mais postos de saúde, medicamentos e viaturas. Eles também afirmam que não têm um coordenador para lutar pelos direitos dos índios.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Iaci Azamor Torres agradeceu a participação dos bancários, da CUT-MS e todos os dirigentes sindicais que estão sendo solidários a greve dos bancários e dos Correios.
“No sexto dia de greve, estamos aqui manifestando contra os abusos dos bancos e tem como objetivo pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a retomar as negociações e apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. Se não houver negociação e a greve persistir, pode faltar dinheiro nos caixas eletrônicos dos bancos”, enfatiza a presidenta do SEEB-CGMS, Iaci.
De acordo com Iaci, a única proposta feita até o momento pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foi "indecente", pois propõe apenas repor a inflação. "Eles ignoraram as outras cláusulas. A pauta de reivindicações foi entregue à Fenaban em 30 de julho, as negociações ocorreram todo o mês de agosto e a proposta, que pela categoria, é considerada insuficiente, nos foi apresentada no último encontro, dia 5 de setembro", afirma. A principal reivindicação da categoria é o fim das demissões e a troca de funcionários por terceirizados ou funcionários mais novos.
Segundo a presidenta, um exemplo é a agência do Banco do Brasil da avenida Afonso Pena que anteriormente possuía dez caixas executivos, e agora há apenas quatro funcionários nesta função. Em todo o estado são 3 mil bancários e cerca de 1.600 estão em greve.
Para o presidente do Sinergia-MS (Sindicato dos Eletricitários), Elvio Marcos Vargas “Quando os trabalhadores se unem, ficam mais fortes. O movimento é legal e somos solidários aos bancários e aos trabalhadores dos Correios, pois estão reivindicando seus direitos. Somos solidários aos indígenas também, que são uma minoria no Estado na luta, que estão buscando melhorias na saúde. O Sinergia-MS está junto com o Sindicato dos Bancários na luta contra o PL 4330 que precariza o emprego e ameaça direitos da classe trabalhadora”.
Conforme o presidente da CUT-MS, Genilson Duarte "a luta dos bancários e dos Correios é legítima, os dirigentes sindicais levaram a proposta de negociação, que não é baseada apenas no salário, mas também na humanização dos bancos no atendimento ao cliente, que passa por contratação de mais funcionários por exemplo”.
Fonte: Seeb/Campo Grande