Brasília - O Comitê dos Bancários do BRB pró-Dilma realizou, nesta quinta-feira (23), ato em defesa dos bancos públicos estaduais, em frente ao edifício Brasília, no Setor Bancário Sul (SBS). A mobilização é um diálogo com os bancários do BRB, a exemplo do que foi feito na Caixa e no Banco do Brasil, para esclarecer o risco que significa para as instituições públicas o PSDB novamente na presidência da República, principalmente após as declarações feitas por Armínio Fraga de acabar com os bancos públicos. Armínio foi presidente do Banco Central no governo FHC e agora é cotado para ser ministro da Fazenda num eventual governo tucano.
“Embora o BRB não seja diretamente afeto ao governo federal, as políticas adotadas em nível federal impactam sobremaneira na vida do banco”, observou o secretário de Bancos Públicos da Fetec-CUT/CN e bancário do BRB, André Nepomuceno, para esclarecer que, em função disso, torna-se extremamente importante uma reflexão sobre a eleição presidencial do próximo domingo (26).
O dirigente sindical fez uma análise do BRB de 1994 até 2002, para mostrar as agruras vividas pelos bancários na era FHC. “Arrocho salarial, demissões, taxas de juros que chegaram a 25% e baixa qualidade de vida”, disse, lembrando que a equipe econômica do ex-presidente é a mesma do atual candidato tucano ao Planalto.
Nepomuceno acrescentou que o mais grave daquele período foi o empenho do governo em destruir o sistema público financeiro estadual. “Naquela época, havia 34 bancos públicos estaduais no país, que foram reduzidos para 8, sendo que todos foram ou entregues a bancos privados ou liquidados. A perda de postos de trabalhos bancários foi superior a 20 mil vagas”, informou.
Risco de intervenção
Também foi lembrado que, em 1997, o BRB foi instado pelo Banco Central a fazer um duro ajuste, ou então este decretaria intervenção para liquidar a instituição. Diretor do Sindicato e bancário do BRB, Antonio Eustáquio ressaltou: “não fosse, à época, o GDF ser governado pelo PT, que trabalhou arduamente, com total apoio do Sindicato dos Bancários, na defesa da permanência do BRB como banco público do DF, hoje não haveria a instituição financeira”.
Eustáquio acrescentou: “Nós precisamos de um BRB forte, bem administrado. Para superar desafios precisamos de um governo que tenha em seu programa compromisso com os bancos públicos”. Ele alertou que a candidatura tucana tem a flexibilização como palavra de ordem, “o que significa cortar direitos”.
Ex-presidente do Sindicato, José Wilson da Silva sugeriu aos bancários pesquisar bastante. “Consultem os índices de inflação e a taxa de desemprego na era FHC e comparem com os de hoje”.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília