(Belém-PA) - A greve da categoria bancária no Pará não para de crescer. Nesta terça-feira (24) alcançamos a marca de 361 agências paradas em 98 municípios paraenses, o que garante a greve da nossa categoria em quase 70% do território estadual (veja aqui o mapa da greve). Em Belém, o sexto dia de paralisação foi marcado por cartazes espalhados na garagem do Edifício Sede da Caixa, que reforçavam que o movimento não é só por 11,93% de reajuste salarial.
"Lutar por melhores condições de trabalho. Esse é o maior anseio da nossa categoria em greve, além das demais pautas de reivindicação. Portanto, essa é a hora dos bancários e bancárias fazerem a luta pelo respeito à nossa categoria e pela ampliação dos nossos direitos. A juventude brasileira que foi às ruas no mês de junho mostrou que somente com organização, mobilização e disposição para lutar é possível avançar nas conquistas. Portanto, a hora da categoria bancária ir à luta é agora, a participação de cada um e cada uma nessa greve é fundamental para a nossa vitória", destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
Paralelo à greve, a categoria também segue na luta para barrar a aprovação do projeto de lei da terceirização (PL 4330/2004 de autoria do deputado Sandro Mabel). “Os banqueiros são rápidos quando o assunto é ferrar com a vida do trabalhador em troca de mais lucros. Prova disso é que a Federação Nacional dos Bancos, a Fenaban, apóia o projeto de lei que precariza o trabalho formal de todos os trabalhadores e trabalhadoras. A nossa mobilização para barrar a aprovação desse projeto continua até que o mesmo caia por terra ou seja readequado de forma que não prejudique o emprego formal”, lembra o diretor da Secretaria de Relações de Trabalho da Contraf-CUT, Adilson Barros.
O chamado à categoria para fortalecer a luta foi reforçada pelo diretor do Sindicato e empregado da Caixa Heider Costa. “Não é importante só fechar a agência, é mais ainda importante não vir trabalhar, ou seja, grevar totalmente; pois isso é o que incomoda os banqueiros; que quando verem sua unidade vazia vão de fato perceber o tamanho da nossa indignação e o quanto eles dependem de nós. Somos nós os responsáveis em transformar o que a Caixa representa hoje para o Brasil. Então está mais do que na hora de sermos respeitados e valorizados. Merecemos isso e essa é a hora de lutar”, reforça o dirigente sindical.
Os bancários e bancárias do interior do Pará também foram lembrados no ato público desse sexto dia de greve nacional. “A maioria das agências na Região Metropolitana são amplas, bem iluminadas, refrigeradas, bonitas; mas no interior do Pará, a realidade é bem diferente, tem agência que funciona em residência, como em Parauapebas e que até agora a Caixa não cumpriu o prazo de entrega do novo prédio. Não dá pra ficar calada e aceitar reconhecimento só de boca, queremos valorização nos nossos salários e nas condições de trabalho, afinal é o nosso trabalho que representa os lucros bilionários desse banco que ocupa o topo do ranking dos bancos que mais lucraram no primeiro semestre de 2013”, afirma a diretora do Sindicato e funcionária da Caixa, Tatiana Cibele.
Banco da Amazônia – Aqui no Pará, o funcionalismo do Banco da Amazônia também aderiu à paralisação por tempo indeterminado desde o dia 19, primeiro dia de greve; e a cada dia vem fortalecendo o movimento, junto com o Sindicato dos Bancários do Pará, em frente às agências em todo o Estado, dialogando com outros bancários e com a população.
“Seja aqui na porta da matriz ou percorrendo as demais unidades na Região Metropolitana de Belém e no interior do Estado, o Sindicato dos Bancários tem estado presente todos os dias nos piquetes e atos públicos. Neste momento considerado o mais importante para toda a categoria, quando exigimos dos banqueiros melhores salários e condições de trabalho, é importante mantermos a unidade entre a categoria e juntos fortalecermos a nossa luta”, ressalta o vice-presidente da Fetec-CN e empregado do banco, Sérgio Trindade.
O Sindicato também tem garantido a estrutura de greve diariamente no Banco da Amazônia em todo o Estado, com adesivos, faixas, carro som, água, lanche e colaboradores que possam revezar com os bancários e bancárias na hora do almoço ou em algum tipo de necessidade.
Vale ressaltar que durante a greve, o Sindicato representa à categoria em outras atividades paralelas a greve, como as audiências em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro no Pará. Na manhã desta terça-feira, o vice-presidente do Sindicato, Marco Aurélio e o diretor da entidade, Rômulo Weyl, ambos também empregados do Banco da Amazônia, compareceram a duas audiências inaugurais referentes à 7ª e 8ª hora da Direc e ao 1/3 de férias. As duas foram remarcadas para outubro, porque na primeira o MPT não enviou nenhum representante, e na segunda, o sistema do TRT 8ª Região estava fora do ar.
Reunião de avaliação - O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, se reúne na quinta-feira (26), às 14 horas, em São Paulo, para fazer uma avaliação da primeira semana da greve que está paralisando agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. A presidenta do Sindicato Rosalina Amorim, que é membro do Comando, estará presente na reunião.
Fonte: Bancários PA