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24 de Julho de 2014 às 09:55

24/07/2014 - Comando quer incluir avanços do projeto-piloto de segurança na CCT


Crédito: Jailton Garcia - Contraf-CUT 

 

Fenaban mostrou também estatística com assaltos a bancos no 1º semestre 

Em reunião ocorrida nesta quarta-feira (23) com a Fenaban, em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, fez uma avaliação positiva do Projeto-piloto de Segurança Bancária e propôs a inclusão na próxima Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) das medidas testadas e aprovadas como a porta giratória, câmeras internas e externas, biombos em frente aos caixas, e vigilantes armados e com coletes balísticos. Também participou o Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

"Cobramos que os itens de segurança que ao longo de um ano foram implantados em 205 agências de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, e que também foram avaliados positivamente pelos bancos, sejam agora inseridos na CCT, a fim de que sejam instalados em todas as agências e postos de atendimento do país, pois ficou comprovado que contribuem para a melhoria da segurança, a redução das ocorrências e, sobretudo, a proteção da vida de bancários, vigilantes e clientes", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

A Fenaban se comprometeu a analisar a reivindicação do Comando. "Vamos também levar essa proposta para a 16ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorre no próximo fim de semana em Atibaia (SP), para que seja discutida na mesa de negociações da Campanha Nacional 2014. Queremos colocar os avanços do projeto-piloto na nova convenção coletiva", salienta Cordeiro.

Conquistado na Campanha Nacional 2012, o projeto-piloto foi assinado em 14 de maio de 2013, com prazo de adequação das agências em até 90 dias. Um grupo de acompanhamento, integrado pela Contraf-CUT, Sindicato dos Bancários de Pernambuco e Fenaban, se reuniu cinco vezes desde novembro do ano passado em Recife, discutindo o andamento do projeto-piloto e verificando as ocorrências. 

Houve também reuniões com gestores das agências envolvidas em janeiro deste ano, com a participação da Secretaria de Defesa Social (SDS). Já os representantes do Ministério Público e das três prefeituras se ausentaram dos debates.

Falta de transparência

"Os dados apresentados verbalmente pelos bancos, mostrando que não houve aumento da violência no período do projeto-piloto, revelam a eficácia das medidas, que também estão previstas na lei municipal de segurança bancária de Recife", aponta Jaqueline Melo, presidenta do Sindicato de Pernambuco.

"No entanto, não ficamos satisfeitos com as informações prestadas pela Fenaban, faltando clareza e mais detalhes que permitam avaliar melhor o modus operandi dos ataques e buscar soluções para garantir mais prevenᄃão contra assaltos", destaca a dirigente sindical.

"Observamos também que houve migração de assaltos e da 'saidinha de banco' para outras regiões pernambucanas, onde muitas agências não possuem sequer portas giratórias. Por isso, a expectativa do Sindicato é de que essas medidas testadas e aprovadas sejam estendidas para todo o Estado e o País", propõe Jaqueline.

Sobraram ainda críticas ao governo de Pernambuco pela demora e falta de transparência dos dados fornecidos. "Os números comparativos dos ataques, que solicitamos em maio e só foram enviados na segunda-feira (21) pela Secretaria da Defesa Social, estão incompletos e não possibilitam avaliar a evolução dos assaltos, dos arrombamentos e do crime da 'saidinha de banco' nos últimos anos", ressalta Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

"Também não recebemos o resumo do boletim das ocorrências no período do projeto-piloto, conforme compromisso assumido pelos representantes da SDS em dezembro do ano passado, diante da negativa em entregar uma cópia do BO dos ataques", enfatiza Ademir.

As limitações das medidas do projeto-piloto foram salientadas pelos dirigentes sindicais. "Houve assaltos a uma agência em Shopping e a posto de atendimento, que podiam ter sido evitados se também fossem abrangidos", alerta João Rufino, diretor do Sindicato de Pernambuco. "Quatro agências ainda foram assaltadas com a utilização da marreta, o que podia ter sido impedido se os bancos tivessem instalado vidros blindados nas fachadas", observa. 

Novo projeto-piloto

A exemplo da primeira reunião de avaliação nacional do projeto-piloto, ocorrida em 18 de março, em São Paulo, os bancos voltaram a propor a repetição do projeto-piloto em outras duas capitais de estados, a serem definidas em conjunto com o Comando.

"Reafirmamos a proposta do Comando de que a realização de outro projeto-piloto só faz sentido com a ampliação das medidas de segurança, como a abrangência de todas as agências (inclusive as de negócios e em Shopping) e postos de atendimento, vidros blindados nas fachadas, fim da guarda das chaves pelos bancários para prevenir sequestros, isenção das tarifas de transferência (DOC, TED) para combater a "saidinha de banco" e transparência nas informações", destaca o presidente da Contraf-CUT. 

Os representantes dos bancos ficaram de analisar a proposta do Comando.

Dirigente representante da Fetec-CUT/Centro Norte Sandro Matos (SEEB/PA) participou da reunião (foto ao lado). Presentes também o Presidente José Avelino, Marlene Dias (Saúde) e Iaci Azamor (Seeb/CGMS).
 
Crescimento dos assaltos no país

Ainda na reunião, a Fenaban apresentou a estatística semestral de assaltos a bancos referente ao primeiro semestre de 2014, conforme estabelece a cláusula 32ª da CCT, conquistada na Campanha Nacional 2010.

Os bancos informaram que houve 186 assaltos a agências e postos de atendimento nos primeiros seis meses deste ano, o que revela um crescimento de 14,1% em comparação com o mesmo período de 2013, quando foram comunicadas 163 ocorrências. Mais uma vez, a Fenaban não trouxe dados sobre arrombamentos.

"A estatística apresentada, mesmo inferior aos números da pesquisa nacional de ataques a bancos da Contraf-CUT e CNTV, é preocupante", avalia o coordenador do Comando Nacional. "O pior é que é um dado fechado, não permitindo saber, por exemplo, os estados onde esses ataques ocorreram, quantos foram agências e quantos foram postos", critica. 

"Precisamos obter mais informações, para que possamos buscar soluções para mudar essa realidade, que traz medo e insegurança para os trabalhadores e a sociedade", defende Cordeiro. A Fenaban ficou de estudar a proposta.


Fonte: Contraf-CUT

 


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