Brasília - Preocupado com a possibilidade de abertura de capital da Caixa Econômica Federal – conforme cogitado no final do ano passado pelo governo federal –, o Sindicato dos Bancários de Brasília foi para a porta da sede da empresa, durante a posse da nova presidenta, Miriam Belchior, nesta segunda-feira (23), para dar o recado dos empregados da instituição: queremos a Caixa 100% pública.
Do alto de um carro de som estacionado em frente ao Matriz I, os dirigentes sindicais reforçaram que não admitem, em hipótese alguma, a abertura de capital da Caixa. E cobraram da nova presidenta uma posição contrária a essa dinâmica neoliberal.
Durante a posse da nova presidenta da empresa, o Sindicato também distribuiu um panfleto para cobrar do governo federal que a Caixa continue 100% pública.
“A Caixa tem um importante papel social, com forte atuação no desenvolvimento econômico, na viabilização de políticas sociais de estado e na oferta de crédito para a população”, destacou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.
Segundo o dirigente sindical, não é de interesse da sociedade em ter mais um banco com viés meramente comercial. “Se você é contra esse retrocesso, diga não à abertura de capital da Caixa e defenda uma Caixa 100% pública”, alertou Araújo.
Já o secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo, ressaltou: “Vamos continuar na rua, fazendo o nosso papel de defender os empregados da Caixa, e para dizer que queremos sim uma Caixa 100% pública, porque acreditamos que o banco é do povo brasileiro”.
Sindicato faz ato nesta sexta (27), ao meio-dia
E informou que, para isso, o Sindicato realizará uma manifestação nesta sexta-feira (27), ao meio-dia, em frente ao Matriz I da Caixa.
Wandeir, que também é empregado da Caixa, complementou: “Também queremos que a nova presidenta respeite e valorize os empregados da Caixa, acabe com o assédio moral dentro da empresa, que existe e é gritante, e convoque os novos concursados”.
Miriam não descarta abertura de capital
Embora tenha firmado o compromisso de atuar para consolidar a instituição como patrimônio do povo brasileiro, a nova presidenta da Caixa não descartou a possibilidade de abrir o capital da instituição financeira.
Em entrevista aos jornalistas presentes na posse, Miriam Belchior disse: “A Caixa tem especificidades muito grandes que precisam ser consideradas para tomar qualquer medida”. No entanto, garantiu que “nenhuma medida será tomada nessa direção sem antes fazer um mínimo estudo de viabilidade, que não existe até hoje”.
Cerca de 30 representantes do movimento social levaram cartazes e cantaram músicas contra a privatização da Caixa.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília