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23 de Dezembro de 2014 às 10:11

23/12/2014 - Bancários de Brasília criticam "deterioração da Governança" no BB


 

Brasília - A perda na qualidade da governança decorrente de diversos equívocos poderá comprometer sobremaneira o futuro do Banco. Nos últimos anos ocorrências como: a transferência indevida de alçada de valores exorbitantes e de decisões estratégicas para instâncias inferiores; a redução do espaço para debate técnicos de temas estratégicos; a falta de solução adequada para as demandas trabalhistas relativas a 7ª e 8ª horas; a frequente prática do assédio moral e de perseguições aos que divergem; a geração artificial de lucros; e a dispersão no processo decisório relativo a assuntos estratégicos para a instituição tem sido uma constante no BB.

Nestes últimos anos, o distanciamento dos funcionários e suas entidades representativas e do núcleo político do Governo Federal tem levado a decisões equivocadas que custarão ao banco perdas significativas no futuro.

As aquisições do Banco da Patagônia, de banco nos EUA, e de parte do Banco Votorantin, as precificações e revisões das parcerias nas empresas de Seguridade são exemplos destes equívocos.

O contencioso trabalhista, principalmente as reivindicações das 7ª e 8ª horas, por falta de decisão definitiva terá um custo muito alto para o banco. Nas demandas trabalhistas individuais, além do pagamento das duas horas, os funcionários têm sistematicamente recebido valores significativos por assédio moral. Para piorar a situação, temos cinco diretores denunciados pelo Ministério Publico do Trabalho por assédio moral.

Ainda, no que se refere à gestão de pessoas, o “ato de gestão”, prática que foi abolida no início do governo Lula, foi retomada com força. Demissões arbitrárias e por motivos fúteis têm sido comum. Há ainda uma perseguição sistemática aos sindicalistas, aos que ingressam na Justiça do Trabalho reivindicando o reconhecimento dos seus direitos e a aqueles que, mesmo eventualmente fazem greve, existindo uma orientação tácita de não comissionamento dos mesmos.

Os últimos anos têm sido fartos em fórmulas pouco ortodoxas de geração de resultados. No governo Lula, os lucros eram potencializados pela ampliação dos serviços prestados e do crédito. Agora, mecanismos como utilização do superávit da Previ, redução de provisões para operações de crédito, venda de ativos como Seguridade e agora Cartões, e alteração nos critérios para utilização do crédito tributário têm sido usados frequentemente.

As decisões operacionais contrárias aos interesses do banco que desejamos, as decisões arbitrárias em relação ao seu corpo funcional e o descompasso com as orientações de um governo popular têm sido a marca da gestão atual.

Um dos principais desafios do governo central nos próximos anos é conter o processo de desindustrialização e garantir a retomada do crescimento do setor, bem como potencializar a balança comercial. Entretanto, as ações implementadas pelo BB, de desmonte das estruturas dedicadas ao comércio exterior e a tentativa de fortalecer o papel do banco como banco de varejo no exterior e como instrumento meramente financeiro, com a compra de banco na Argentina e nos Estados Unidos, é um dos grandes erros dessa gestão. Isso comprometerá a capacidade competitiva do país nas operações comerciais com o resto do mundo, principalmente agora, dada a necessidade de um olhar específico sobre os BRICs, fortalecendo alianças e negócios entre os países e apoiando a consolidação 
do Bloco.

A Fundação Banco do Brasil e o Programa Desenvolvimento Regional Sustentável, que foram símbolos, no auge do segundo governo Lula, no desenvolvimento de soluções e disseminação de tecnologias sociais, hoje são meros instrumentos potencializadores de negócios.

Proposição

 

  • Para consolidarmos os avanços do inicio do ciclo do PT no Governo, defendemos:
  • Alinhar as estratégias do Banco às do Governo Federal;
  • Reestabelecer, em gestão de pessoas, um modelo aderente ao que historicamente defendemos;
  • Resgatar o papel da Fundação Banco do Brasil como disseminadora de tecnologias sociais;
  • Retomar o DRS como instrumento de políticas públicas;
  • Priorizar o Microcrédito Produtivo Orientado;
  • Incrementar o Pronaf;
  • Envolver o PT nos debates relativos ao Banco;
  • Reestabelece o papel do BB no comércio exterior.

 

A efetividade da implementação destas proposições exige a nomeação de gestores comprometidos com as mesmas, refletindo efetivamente as vozes das ruas nas eleições de 2014 e o papel que os movimentos organizados do Banco desempenhou na reeleição da presidenta Dilma.

Diretoria do Sindicato dos Bancários de Brasília
Militantes de base: “O BB que nós queremos”

 


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