A Caixa, empresa que admite empregados por meio de concurso público, tem entre seus trabalhadores muitos e muitos pais e filhos, companheiras e companheiros, genros, sogras, sogros e noras, divorciados ou divorciadas, pessoas que vivem em união estável. Em muitos casos, essas pessoas se conheceram na empresa. Em todos eles, têm o mesmo ambiente por abrigo.
Curiosa situação, certamente fruto da dimensão da Caixa. Mas o que se quer ressaltar aqui não é o ambiente familiar. É a necessidade de gente. Isso mesmo, gente, essencial por mais que se automatizem processos. E essa gente se envolve com a empresa, mesmo que a todos nós - um dia recém-admitidos - tenha passado distante a pretensão de seguir neste banco público por anos e anos. Anos e anos, a tempo de testemunhar filhos concursados.
A Caixa exerce certo fascínio, mesmo que em um momento ou outro a odiemos. Ela nos é indissociável. Portanto, a vontade de vê-la crescer - e não duvidamos da possibilidade de uma empresa desse tamanho ainda crescer - talvez seja a melhor tradução desse fascínio.
Por se tratar de empresa pública, o Estado é seu controlador e o governo, seu gestor. Assim, quando se escolhe o chefe de Estado, se escolhe indiretamente o gestor. Quando se escolhe o chefe de Estado, se define a política pública e a missão que se atribui a essa empresa.
Acreditamos no debate substantivo e não adjetivo. Por isso, defendemos a Caixa enquanto instituição pública, pois representa o projeto para que o envolvimento de 70 milhões de clientes - em um país com 60 milhões de famílias - se dê não apenas com seus produtos e serviços, mas também em razão das políticas de Estado, tão necessárias a um Estado que ainda deve muito a muita gente.
Privatizar a Caixa ou reduzir suas funções não a fará mais eficiente. Ao contrário, apenas a excluirá do mercado, largando recursos a alguns poucos donos de capital, que realizarão seus lucros ou se esconderão com bolsas repletas diante de qualquer sinal de risco.
Por isso, o melhor projeto é o da candidata Dilma Rousseff. Por isso, votamos Dilma. Com ela, a Caixa continuará voltada à nação, será tocada por muita gente e para muita gente.