Belém PA - Com o tema “O Movimento Sindical, Capitalismo e Negociação Coletiva”, dirigentes, delegados e delegadas sindicais participaram de um curso de formação, promovido pelo Sindicato, na no dia 13/03 em Belém.
O mestre em filosofia, bacharel em direito, sindicalista e professor universitário, Roberto Ponciano, ministrou a principal palestra do curso, avaliando o capitalismo, os reflexos desse sistema em toda sociedade, especialmente para a classe trabalhadora e, sobretudo, para a categoria bancária.
O curso foi aberto com a exibição do documentário “Capitalismo e uma história de amor”. No filme o diretor Michael Moore retrata como o capitalismo corrompeu os ideais de liberdade previstos na Constituição dos Estados Unidos, visando gerar lucros cada vez maiores para um grupo seleto da sociedade, enquanto que a maioria perde cada vez mais direitos.
“É impossível reproduzir, gerar valor, sem os trabalhadores. Portanto, devemos ser respeitados e valorizados. A relação entre patrão e empregado é algo desigual, por isso cada categoria tem que ter consciência de classe para lutar por melhores salários e condições de trabalho. Essa luta deve ser construída junto com o Sindicato que sempre foi aliado do trabalhador, já o patrão nunca foi e nunca será”, defende Ponciano.
Para a diretora de Comunicação do Sindicato, Tatiana Oliveira, “os trabalhadores e trabalhadoras têm sim condições de organizar a produção a partir da autogestão. Podemos observar diversas empresas cuja figura do patrão é altamente dispensável ou ainda inexistente, como as cooperativas, por exemplo”.
“Além dessa luta diária por melhores salários e condições de trabalho que se intensifica durante nossa campanha nacional, não podemos esquecer que todos aqui temos que ser defensores também da reforma política. A democracia não terá futuro no Brasil com financiamento privado de campanha, pois a maior bancada acaba sendo a empresarial, enquanto que a maioria da população é composta pela classe trabalhadora”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Unir forças para somar a luta
“Na década de 90 éramos um milhão de bancários em todo o Brasil, hoje somos pouco mais de 400 mil. Diminuímos por conta da terceirização, principalmente. Precisamos reconhecer nossa força, compartilhar esse conhecimento no local de trabalho para evitar novos ataques a nossa categoria”, afirma o diretor de formação do Sindicato, Sandro Mattos.
O delegado sindical do Banco do Brasil de Moju, Diego Azevedo, participou de todos os cursos nos últimos três anos. Para ele cada formação tem seu valor. “É uma nova oportunidade para aprofundarmos nosso conhecimento sobre o mundo do trabalho e a vida sindical e qual a nossa importância nesse contexto”.
Lançamento do livro
Roberto Ponciano também é autor do livro MARXISMO E FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA. Na noite anterior ao curso, ele lançou a obra na sede do Sindicato em Belém, com direito a sessão de autógrafos, sorteio de três exemplares e coquetel no encerramento do evento.
A obra fala de uma filosofia que dá conta da problemática existencial humana e de uma cosmogonia (Criação ou origem do universo), e que abarque uma teleologia (doutrina que estuda os fins últimos da sociedade, humanidade e natureza.) humanista do devir. A linha mestra que vai nos conduzir em todos os capítulos é a teoria da alienação e do fetiche, fundamentos para uma ética do devir a partir de Marx.