A insistente cobrança do Sindicato dos Bancários de Brasília, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) para melhorias no Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) da Caixa Econômica Federal surtiu efeito. Na reunião do Fórum Paritário sobre Condições de Trabalho, realizada na terça-feira (21), em Brasília, a empresa assumiu o compromisso de atualizar a versão do sistema da chamada estação única. O objetivo é impedir que os empregados continuem trabalhando depois de sua jornada.
De acordo com a Caixa, a mudança deve ser implantada a partir do dia 23 de janeiro (quinta-feira), em todo o Brasil, com base na nova versão testada em três agências do Distrito Federal, de modo a corrigir assim a que possibilitava jornada fraudulenta nos caixas.
A solução para o problema é uma das reivindicações dos representantes dos empregados nesse fórum, uma conquista da Campanha Nacional 2013. Essa foi a terceira reunião do grupo, desde sua constituiᄃão no fim do ano passado.
Na reunião desta terça-feira, os representantes da Caixa explicaram que o sistema vai travar após o ponto eletrônico ser batido. Por outro lado, a senha do empregado funcionará apenas em um computador, para não ter possibilidade do bancário trabalhar sem registro.
“Fruto da pressão do movimento sindical, a estação única do ponto é uma conquista que pode amenizar muitas fraudes dentro da empresa. Apesar de ser um avanço, a estação única ainda não contempla todas as melhorias necessárias. Outra questão urgente é a contratação dos concursados para que os empregados parem de trabalhar além da jornada devido ao excesso de serviço”, afirma Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT.
Outro avanço para os empregados foi o compromisso do banco de transferir dos tesoureiros para os representantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) o preenchimento do Termo de Verificação de Ambiência (TVA), que contém mais de 100 questões sobre a condição física da agência, como fachada, copa, banheiro e almoxarifado. Essa, aliás, é uma reivindicação antiga dos tesoureiros, cujo cotidiano de trabalho é sobrecarregado de atribuições.
Segurança no trabalho
Na reunião, a Caixa apresentou um projeto-piloto para o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) com previsão para ser implementado em fevereiro em 18 unidades de Curitiba.
O piloto terá o cipeiro trabalhando juntamente com o gestor da área com objetivo de unificar as demandas do TVA e do PPRA. A Caixa também informou que foi solicitado um estudo para valorizar o cipeiro. A valorização deste profissional é um item de reivindicação aprovado no 29º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef).
O movimento sindical também reforçou a importância do fortalecimento da Gipes, da Gilog e do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt). Também foi reforçada a necessidade da contratação de mais empregados.
Fóruns regionais e critérios objetivos
Durante o encontro, a Caixa apresentou uma proposta prévia de fóruns regionais em várias cidades para discutir estrutura, empregados por unidade, jornada e assédio moral. Esses grupos terão representantes da Caixa e também membros indicados pela Contraf-CUT.
O movimento sindical vai avaliar a proposta e fazer as considerações dos trabalhadores sobre o tema na próxima reunião do fórum, que está marcada para 13 de fevereiro.
Ainda durante a reunião, os representantes dos trabalhadores destacaram a importância da Caixa determinar critérios objetivos de comissionamento e descomissionamento dentro da empresa para evitar situações de violência organizacional e assédio moral.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília