Crédito: Seeb/Pará
Belém PA - Começaram as rodadas de negociações específicas com o Banco da Amazônia nessa Campanha Nacional 2014. A primeira foi realizada nesta sexta-feira (22), na matriz do banco em Belém. Os temas debatidos foram sobre saúde e condições de trabalho.
Apesar do intenso debate sobre diversas cláusulas, o banco informou que formulará uma proposta global para as reivindicações dos trabalhadores até o final das negociações.
A próxima rodada deverá ser realizada no dia 1º ou dia 2 de setembro, e os temas a serem tratados serão ponto eletrônico, jornada de trabalho, igualdade de oportunidades e segurança bancária.
Os trabalhadores foram representados nessa rodada inaugural pela presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará Rosalina Amorim, pelo secretário de organização da Contraf-CUT Miguel Pereira, pelo vice-presidente da Fetec-CUT Centro Norte Sérgio Trindade e o diretor da Federação Ronaldo Fernandes.
Veja o resumo do que foi debatido na primeira mesa específica com o Banco da Amazônia:
Saúde
Plano de saúde e odontológico
Esse foi um dos pontos que mais gerou debate na mesa de negociação. Sobre a reivindicação dos trabalhadores pela retomada do patrocínio do banco ao plano de saúde e o custeio do plano odontológico, o Banco da Amazônia diz que, a princípio, não tem interesse em atender, na forma como foi pedido na minuta, o retorno do patrocínio ao plano de saúde.
As entidades sindicais ponderaram que o Banco da Amazônia é a única instituição financeira no país que não patrocina plano de saúde e que, além disso, é o banco que gera maior custo aos trabalhadores com relação ao custeio do plano de saúde.
Nos demais bancos essa despesa gira em torno de 3% a 4% para o trabalhador. No Banco da Amazônia, os empregados e empregadas chegam a comprometer cerca de 30% da sua remuneração com o custeio do plano de saúde.
O banco se comprometeu em levar o assunto para a diretoria avaliar e fazer estudo sobre custeio do plano de saúde e odontológico para o Banco da Amazônia.
Plano de saúde para aposentados
Sobre a reivindicação da categoria para o banco se comprometer em estender o ressarcimento do plano de saúde para aposentados não assistidos pela CAPAF e seus dependentes, o Banco da Amazônia disse apenas que já contempla todos os funcionários com o Programa Saúde Amazônia.
Programa de Qualidade de vida
O pedido da categoria é para que o Banco da Amazônia custeie atividades de Dança, Ginástica, Yoga etc, para prática dentro e fora das instalações do Banco, como forma de investir na qualidade de vida de seus empregados.
O Banco diz que também já atende, em parte, essa reivindicação.
Exame periódico
Os trabalhadores querem que o banco se comprometa em realizar exames mais detalhados e complexos, por ocasião dos exames médicos periódicos de todos os seus empregados.
O Banco diz que pratica tudo o que é previsto em lei sobre o assunto, mas as entidades reivindicam que seja ampliado a requisição de exames que contemplem as faixas etárias mais avançadas, sobretudo para exames de próstata e de colo de útero, dentre outros.
Condições de Trabalho
Melhoria da infraestrutura nas agências
A categoria no Banco da Amazônia reivindica melhorias na infraestrutura nas agências, sobretudo com investimentos em tecnologia e treinamento de pessoal.
O banco disse na reunião que já vem atendendo essa demanda, e que hoje tem 18 agências em reforma ou em mudança de prédio, dentro de um universo de 115 agências do banco em todo país.
As entidades ponderaram que pelo menos 2 agências no Estado já foram denunciadas à SRTE pelas péssimas condições de trabalho, no caso as unidades de Conceição do Araguaia e Alenquer, e que essa pauta é de grande importância para os empregados da empresa.
O banco se comprometeu em repassar para as entidades o cronograma de todas as reformas estruturais de prédios que já foram realizadas, das em andamento e também as programadas.
Assédio Moral/violência organizacional
As entidades sindicais pontuaram que existe atualmente um protocolo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, e que a maioria dos bancos já assinam esse termo no acordo aditivo, o qual engloba toda a demanda da categoria sobre assédio moral e violência organizacional.
O banco sinaliza a possibilidade de assinar esse mesmo acordo/protocolo, mas apresentará proposta no processo das negociações.
CIPAS
A principal reivindicação dos trabalhadores sobre esse ponto é para que todos os membros que compõem a CIPA sejam eleitos.
O banco, porém, argumentou que o formato adotado hoje garante a autonomia de todos os membros da CIPA.
Além disso, os empregados reivindicam que as entidades sindicais participem dos espaços da SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho).
Reformulação das unidades de trabalho
Outra reivindicação para a melhoria das condições de trabalho no Banco da Amazônia é reformulação das unidades físicas de trabalho, com base em critérios ergonômicos, de higiene e demais normas da SRTE, num prazo de 90 (noventa) dias após assinatura deste ACT.
O banco diz que essa reformulação já está sendo praticada.
Medição e adequação das condições ambientais de trabalho
Os empregados querem que o banco realize medição e adequação obrigatória dos índices de ruídos, luminosidade, temperatura, umidade e demais condições ambientais de trabalho, a cada 3 meses, de acordo com a Norma Regulamentadora n° 15, do Ministério do Trabalho e Emprego.
O Banco da Amazônia afirma que essa medida já está sendo implementada, porém sem especificar o prazo para conclusão dessa medida.
Avaliações
“Nessa primeira rodada percebemos uma postura diferente da comissão de negociação do banco em relação aos anos anteriores, vieram mais abertos ao debate, e para nós isso é positivo. Ainda que não tenhamos fechado pontos, esperamos avançar nos debate sobre todas as cláusulas da minuta e construir um acordo com melhorias para os empregados do Banco da Amazônia”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
“Foi importante perceber a abertura ao diálogo pelos representantes do Banco da Amazônia na mesa de negociação. Avalio que acumulamos elementos positivos nos debates travados nessa primeira rodada, torcemos para que todo o processo negocial transcorra dessa forma, e que o banco tenha a sensibilidade de ouvir e de atender o clamor dos empregados e empregadas da instituição por melhores salários, condições de trabalho e qualidade de vida”, complementa o vice-presidente da Fetec-CN e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
“Nossa campanha não é apenas por salário, portanto começar o debate para construção do novo acordo coletivo dos empregados do Banco da Amazônia a partir de temas como saúde e condições de trabalho é fundamental, tendo em vista o aumento crescente de afastamentos em decorrência de adoecimento no trabalho causados. Também avalio positivamente essa primeira rodada, mas ainda é cedo para dizer se teremos nossas principais reivindicações atendidas pelo Banco da Amazônia”, conclui o secretário da Contraf-CUT, Miguel Pereira.
#oquequeremosnoBancodaAmazônia
Fonte: Bancários PA