A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar em 0,5% a taxa básica de juros (Selic) é mais uma decisão lamentável do governo neste início de ano.
Como se não bastassem as medidas que retiram direitos do trabalhador anunciadas no final do ano e o pacote de ajustes fiscais divulgado no dia 19/01, o aumento anunciado ontem (21) , que eleva a Selic para 12,5% ao ano, é também um prenúncio de desemprego e desaceleração do desenvolvimento do País.
Com o argumento de diminuir o consumo para controlar a inflação, o governo dá mais um tiro no pé e contradiz o discurso utilizado de "ajustar as contas públicas com o menor sacrifício possível". Menor sacrifício de quem? Só se for dos banqueiros, dos rentistas e dos detentores de grandes capitais, que têm interesse, sempre, em aumentar cada vez mais seus lucros.
Com o aumento da Selic, mais uma vez o governo empurra a conta para a classe trabalhadora. Com os juros altos o consumo cai, a produção diminui e o desemprego aumenta; a desigualdade social cresce, o desenvolvimento cessa e o País retrocede.
Conter a inflação não pode significar aumentar o desemprego. Essa fórmula foi usada durante décadas em nosso País e sempre resultou em arrocho e recessão.
Mas o Brasil mudou, lutamos por sua transformação e fomos vitoriosos. É inaceitável que o governo comece a colocar em prática a agenda da direita, derrotada nas eleições. Vamos continuar a pressão para impedir a implantação de políticas recessivas e não vamos permitir que as conquistas dos últimos 12 anos sejam colocadas em risco.
Nós trabalhadores e trabalhadoras não aceitamos retrocesso. Continuaremos mobilizados para garantir empregos, manter e ampliar direitos e para que o País continue na linha do crescimento com desenvolvimento e distribuição de renda.
São Paulo, 22 de janeiro de 2015.
DIREÇÃO EXECUTIVA NACIONAL DA CUT
Fonte: CUT