(Brasília) - Embora a diretoria do BRB tenha sido absolutamente inábil na condução da campanha salarial do BRB, o que resultou em uma das maiores greves (26 dias), o término da mobilização, e consequentemente da greve, se deu de forma equilibrada, deixando um saldo positivo para o conjunto dos funcionários. Porém, uma vez inábil, sempre inábil. O banco emitiu uma mensagem nesta última quarta-feira 17, completamente desnecessária, tentando transparecer aos bancários que eles são culpados pelo aumento dos gastos de pessoal por conta da campanha.
Não precisava disso. Absolutamente. O pior é que, de forma subliminar, o banco pressiona os funcionários a “trabalharem mais duro” para fazer face ao aumento de gastos, como se os funcionários do BRB estivessem sempre fazendo “corpo mole”. Esta diretoria precisa, de uma vez por todas, aprender que o resultado do banco é fruto do esforço de todos, e se o banco não apresenta performance melhor, isso se dá por falta de uma estratégia correta de negócios (aliás, tornou-se lugar comum entre os funcionários uma visão de que a diretoria, capitaneada por Paulo Evangelista, além de ser excessivamente grande, não tem rumo e fica “batendo cabeça”) e de uma informática que eternamente está com problemas (apesar do esforço profissional de colegas do banco que lá trabalham e se desdobram, problemas que não se resolvem com arroubos de megalomania da direção sem cumprir o devido processo estratégico e sem garantir absoluta transparência nos grandes investimentos a serem feitos). Os lucros do banco são fruto do trabalho duro (até adoecedor), do conjunto dos funcionários.
Na mensagem, o banco afirma que houve um incremento de R$ 4,2 milhões na folha mensal, o que, percentualmente, dá uma correção de 9,22% apenas (o que confirma a assertiva do Sindicato em negociação, que desafiava o banco ao afirmar que o custo da proposta sequer chegaria a um aumento de 10% na folha). Em uma campanha salarial, para atender a aproximadamente 3.500 funcionários, um acréscimo de 9,22% é muito pouco diante da exorbitância de aumento de gastos com a diretoria, que, com a nova estutura, de acordo com dados do próprio banco, para atender apenas 33 pessoas (diretoria e conselhos), teve uma elevação de 34,9%, embora o BRB afirme o contrário, que estas foram reduzidas (mas não prova).
Se a diretoria do banco está assustada com o custo de pessoal, cuja “despesa é fixa”, caberia uma decisão que contribuiria sobremaneira para a diminuição da mesma, e seria um exemplo fascinante: diminuir a própria PLR, instituída em 2008 por decisão do GDF (controlador do banco), adequado-a ao mesmo padrão do que se paga ao conjunto dos funcionários. Apenas para ilustrar, a PLR da diretoria (15 pessoas) custa R$ 3.200.000,00 (três milhões e duzentos mil reais) por ano.
Este acinte não se coaduana com o tipo de mensagem que o banco ousa divulgar.
Fonte: Seeb/Brasília - Da Redação