(Belém-PA) - A guarda das chaves do cofre e da agência que ainda é feita por bancários fez mais um gerente de serviços e a família dele vítimas do descaso do Banco do Brasil para com a segurança de seus funcionários. Na manhã dessa quinta-feira (20), o bancário, a esposa dele que também é bancária e a filha do casal de apenas 6 anos foram rendidos por pelo menos 5 criminosos quando saíam de casa.
Parte da quadrilha seguiu com o gerente até o banco localizado na BR 316, enquanto o restante do bando ficou com a esposa e a criança que foram libertadas horas depois de os criminosos pegarem o dinheiro. Ninguém ficou ferido e todos os assaltantes conseguiram fugir.
No final da manhã de ontem, o Sindicato dos Bancários do Pará foi até a agência bancária que permaneceu fechada durante todo o dia. No local estavam apenas os seguranças e três bancários que aguardavam os dirigentes sindicais. “Todos estavam visivelmente abalados, um dos bancários veio transferido do interior do estado depois de ter presenciado dois assaltos. Uma dessas ocorrências foi vivida também pelo casal vítima de sapatinho na Região Metropolitana de Belém. O assalto de ontem poderia ter sido evitado pelo próprio banco se a guarda das chaves fosse feita por empresas de segurança especializadas, assim como ocorre em algumas agências da Caixa e do Banpará. Mas como todo investimento na segurança dos trabalhadores é tratado como despesa pelo banco; a empresa prefere tentar identificar se houve falha de algum funcionário do que investir em procedimentos de segurança. A falta de rondas ostensivas nas ruas é outro grave problema que expõe os cidadãos à criminalidade”, destacou o diretor do Sindicato e funcionário do BB, Gilmar Santos.
Durante a visita, a entidade orientou os bancários que não estivessem em condições psicológicas para trabalhar que procurassem um psiquiatra e em seguida o Sindicato para que seja emitido o Comunicado de Acidente de Trabalho. “Só assim, o trabalhador vai poder ter um acompanhamento médico adequado e o afastamento necessário para minimizar o trauma sofrido. Por mais que não tenham sido as vítimas diretas do assalto, a maioria do funcionalismo da unidade ficou com o psicológico abalado, afinal a frase que sempre vem à mente é: poderia ter sido comigo. Estamos reféns da criminalidade e se o Estado não fizer o seu papel a tendência é só piorar. Esperamos que a polícia prenda essa quadrilha que pela forma que agiu já devem ter cometido outros assaltos a bancos”, explicou o diretor do Sindicato que também é funcionário do BB, Fábio Gian.
O Seeb/Pará também colocou à disposição dos bancários e bancárias a assessoria jurídica e de saúde da entidade.
Mais problemas – A agência assaltada está com um déficit no quadro de funcionários que conta com 10 bancários e bancárias, incluindo o gerente. Um está de férias, outro de licença, e outro tem que ir para atividades externas, o que compromete o atendimento aos clientes e usuários e sobrecarrega a jornada de trabalho para os que ficam na unidade.
A porta giratória com detector de metais está com um ruído ensurdecedor há pelo menos um mês, vários reparos já foram feitos, mas o barulho sempre volta.
As telas de computador que deveriam ser usadas para chamadas dos clientes através das senhas também nunca funcionaram desde a instalação dos equipamentos, e o controle de prioridades no atendimento é feito de forma manual pelos bancários.
“Cobraremos as soluções para esses problemas aos setores responsáveis do banco, bem como outra denúncia que recebemos de alguns colegas que estariam sendo responsabilizados e advertidos pelas horas extras que estariam sendo feitas em virtude de tanta demanda para poucos funcionários”, afirmou Gilmar Santos.
Fonte: Bancários PA