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20 de Outubro de 2014 às 16:05

20/10/2014 - PA: Assembleia decide hoje o futuro da greve dos funcionários do Banco da Amazônia


Após mais de 4 horas de muita conversa, mediadas pelo vice-presidente do TST, Ministro Ives Gandra Martins Filho, chegou-se a formulação de uma proposta que deverá ser submetida às assembleias dos empregados do Banco da Amazônia, nesta segunda-feira. No Pará, o Sindicato dos Bancários convoca a categoria para assembleia às 17 horas, na sede da entidade (Rua 28 de setembro nº 1210, entre Doca e Quintino, Reduto, Belém-PA).

Pela proposta, os empregados terão o mesmo reajuste acordado pelos bancos federais com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ou seja, 8,5% de reajuste geral e 9% no piso com repercussão na tabela do PCS..

Um dos entraves à aceitação da proposta do banco era a alteraᄃão de 3 cláusulas pré-existentes, referentes à complementação de auxílio doença, mudança na forma de pagamento do transporte noturno e condicionantes à liberação de dirigente da AEBA. Após várias consultas, o banco aceitou voltar atrás e retira-las.

Com relação aos dias parados na greve, a propostas inclui a compensação pelos empregados de 75% dos dias parados, no prazo máximo de 120 dias, no limite de uma hora diária.

A proposta também contempla o adiantamento de R$ 800,00 a título de PLR, sem condicionar a devolução caso o banco não atinja as metas estabelecidas pelo DEST, ou seja, não corre o risco de ser devolvido pelos trabalhadores.

Caso a proposta não seja aceita, nesta segunda, com retorno imediato ao trabalho a partir da 00:01h da terça, o TST dará encaminhamento ao dissídio instaurado e marcará seu julgamento.

“Para nós, o ponto positivo nessa audiência de conciliação foi a retirada das cláusulas que o banco queria impor e que representavam perdas à categoria, bem como o fato de os empregados não saírem da greve com a possibilidade de devolver os R$ 800,00. Convocamos agora todos os empregados e empregadas do Banco da Amazônia para a assembleia de segunda-feira (20), para entender o resultado da audiência no TST e deliberar sobre o movimento de greve”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, foi muito ruim a iniciativa do Banco da Amazônia, de apostar no TST para resolver questões inerentes as relações de trabalho e de vida de seus empregados.

"Há duas décadas que vimos consolidando o diálogo entre os sindicatos e bancos. Realmente não e fácil, e nesses últimos 12 anos a categoria bancária tem feito grandes greves e em todas elas garantiu avanços e conquistas, como aumentos reais nos salários e novos benefícios, negociando diretamente com os bancos. Remeter essa responsabilidade para outros atores nunca é a melhor saída para superar os conflitos e contemplar os interesses da categoria. Afinal, os funcionários deveriam ser considerados o maior patrimônio da empresa”, afirma o presidente da Contraf-CUT.

"Chegar ao TST para mediação do conflito não era o melhor caminho, e sim a negociação, mas infelizmente a judicialização do movimento foi adotada pelo banco desde o início da greve, com a tentativa da ação do interdito proibitório. A mobilização dos trabalhadores prevaleceu, a categoria merece o destaque e os parabéns, pois foi valente e firme na luta para vencer as tentativas da empresa em acabar com a greve. O resultado da nossa luta nos mostra o seguinte: da pauta específica, não conseguimos ainda avançar no que se buscou, exclusivamente, pela intransigência do banco. Mas, também, não aceitamos as condições de retrocesso que queriam nos impor. Nesse aspecto, somos vitoriosos, pois não abrimos mão da nossa dignidade, e a nossa organização fica fortalecida para continuar a luta pelos nossos direitos. Teve hoje, mas amanhã será outro dia", conclui o vice-presidente da Fetec-CUT Centro Norte e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.

Fonte: Seeb PA


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