(Dourados-MS) - A categoria bancária mostra porque é uma das mais organizadas do movimento sindical. No segundo dia de greve, nesta sexta-feira (20/09), a mobilização seguiu firme como começou na base do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, com 30 agências de bancos públicos e privados fechadas. Com 100% das agências de Dourados e Maracajú fechadas, além da única agência de Douradina também paralisada.
“A partir de segunda-feira (23/09), a greve deve se intensificar chegando às outras cidades
da base territorial do Seeb/Dourados. O objetivo é alcançar, como nos anos anteriores, 100% das agências fechadas”, segundo o presidente da entidade, Janes Estigarribia. Além de Dourados, mais 12 municípios compõe a base, sendo eles, Caarapó, Juty, Fátima do Sul, Vicentina, Jatei, Glória de Dourados, Deodápolis, Itaporã, Douradina, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul e Maracajú.
No Brasil, o número de unidades sem atendimento subiu para 7.282. O crescimento é de 18,5% em relação à quinta-feira (19/09), quando 6.145 agências ficaram fechadas. O número de adesão, bastante superior ao do ano passado, confirma que a categoria não está de brincadeira e entende que a paralisação por tempo indeterminado é a última instância para sensibilizar os bancários.
Até o momento, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não se pronunciou. A última comunicação entre Comando Nacional e banqueiros aconteceu no último dia 5, quando foi oferecido reajuste salarial de 6,1%. Índice bastante distante do reivindicado, de 11,93%, que prevê a reposição da inflação mais aumento de real de 5%.
Fenaban mente. Dados mostram verdade
Os bancos divulgam notícias mentirosas para tentar colocar a sociedade contra a greve legítima dos trabalhadores, mas ninguém cai na conversa mole das empresas. Os números falam por si só. Enquanto o salário do bancário subiu 58% nos últimos sete anos, o lucro líquido das organizações financeiras cresceu 120%, passando de R$ 23,7 bilhões em 2005 para R$ 52,1 bilhões em 2012.
Com o dado, o argumento da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) sobre o baixo índice de reajuste oferecido cai por terra. Tem mais, o aumento real obtido pelos bancários nos últimos anos é retrato do crescimento do país. Quase que 100% das categorias têm garantido na mesa de negociação reajuste salarial melhor, graças às políticas desenvolvidas no Brasil desde 2003.
Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) comprova. No primeiro semestre, 85% das 328 negociações conquistaram aumento real dos salários. Portanto, o setor mais lucrativo da economia nacional, que entre janeiro e junho lucrou quase R$ 30 bilhões, pode oferecer uma proposta justa.
Saúde
A nota da Fenaban, divulgada amplamente pela grande imprensa ligada ao capital, importante lembrar que o Itaú e o Bradesco são grandes anunciadores, informa ainda sobre a redução do prazo para análise dos casos de assédio moral, que passaria dos atuais 60 dias para 45 dias. No entanto, não é isso que vai acabar com o adoecimento da categoria.
Os bancos devem investir em um ambiente de trabalho saudável e com segurança. É preciso acabar com as metas e pressão, responsáveis pelo aumento das doenças psicológicas. Para se ter ideia, do total de afastamentos no ano passado, 25,7% foi por transtornos mentais.
Fonte: Seeb-Dourados e Região, por Joacir Rodrigues