(Brasília) - A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou, na terça-feira (17), sessão solene em homenagem ao 47º aniversário do Banco de Brasília (BRB). Representante legítimo dos funcionários do banco, o Sindicato dos Bancários de Brasília participou da homenagem, ocorrida no plenário da Casa.
A iniciativa, proposta pelo deputado distrital Joe Valle (PSB), é vista como positiva pelo Sindicato e pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).
O parlamentar ressaltou a importância e a história do BRB como instituição imprescindível e insubstituível pelas suas características. “O BRB tem uma bancada de 24 parlamentares na Câmara Legislativa, pois é o banco do povo de Brasília. É a mola propulsora da qualidade de vida na cidade. Por isso precisamos sempre discutir qual é o papel de um banco público, qual é o significado do lucro", enfatizou o deputado, ao lembrar que o sucesso do BRB é resultado do esforço dos servidores em garantir qualidade no atendimento à clientela.
No plenário da Câmara Legislativa, diretores e administradores do BRB e algumas dezenas de colegas marcaram significativa presença na sessão solene em homenagem à instituição financeira.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também participou da sessão solene em homenagem ao Banco de Brasília. Bancária, a parlamentar foi presidente do Sindicato (1992 a 1998), período em que a maioria dos bancos estaduais, e quase os federais, foram privatizados. Em sua saudação, Erika ressaltou a história e a relevância ímpar do BRB e destacou que “os bancários e bancárias são o que o banco tem de melhor”.
Bancários do BRB estão de parabéns
Na avaliação do diretor da Fetec-CUT/CN e funcionário do BRB André Nepomuceno, que acompanhou a sessão solene, “é louvável a atitude do deputado Joe Valle e merecem parabéns, sim, todos os trabalhadores e trabalhadoras que constroem no dia-a-dia essa instituição símbolo de Brasília e prestigiada pela clientela e pela grande maioria da sociedade e do povo, que em diversos canais se manifestou, comprovadamente, pela manutenção do banco público da cidade e do DF, quando esteve em jogo a sua venda”.
“Sintomático, porém, é que na ocasião da sessão solene, ninguém da corporação tenha tido acesso à palavra”, frisou Nepomuceno. “Pode-se alegar medida de cerimonial, feito em combinação pela presidência do banco e a assessoria da casa e do gabinete do proponente. Mas, poderia haver maior sensibilidade. O único a falar pelo banco, em longo discurso escrito, foi o presidente Paulo Evangelista”, acrescentou.
De acordo com Nepomuceno, corretamente, ele ressaltou o lucro líquido expressivo do primeiro semestre e a abertura de cinco novas agências em 2013, feitos sem dúvida elogiáveis, como também a continuidade de expansão das carteiras de crédito, em geral.
No entanto, para André Nepomuceno, o presidente Evangelista, em alguns momentos, emana um voluntarismo extremamente entusiasmado, beirando mesmo, por vezes, o inesperado, o que é tocante. Entretanto , alguns aspectos suscitam maior reflexão e objetividade, bem como a necessidade de apontar ressalvas: o BRB tem história.
“Não concordamos com uma ênfase, a nosso ver demasiada, de que tudo estaria a começar a partir de agora, nem aprovamos o uso exacerbado de tantas realizações e resultados a serem efetivados no tempo verbal... do futuro, dados quase como que já executados”, observou o dirigente sindical.
O banco tem, exatamente, 47 anos de história consolidada. Muito já aconteceu, mesmo independentemente dos dirigentes (e dos conselheiros, assessores e gerentes das empresas coligadas ) de plantão, ou de passagem, vários deles(as), neste momento, senão todos, muito bem aposentados em sua(s) corporação(ões) de origem.
Sem deixar de reconhecer a parcela de contribuição de profissionais de fora da corporação BRB que vêm para somar forças, é importante relembrar que, se o BRB permanece enquanto banco público e com vigor para os desafios, o grande mérito vem de seus funcionários, cujo compromisso profissional, de consciência e de luta, provou-se fundamental para a defesa da empresa pública. Assim como para a superação das tentativas de privatização e venda do Banco de Brasília, ao Banco do Brasil, por exemplo, corporação da qual é oriundo o presidente e um número que consideramos inchado de pessoas em cargos de diretoria e outros empregos comissionados “por indicação política” da presidência e do GDF.
Muito acontece no presente, todo dia, na prática do atendimento e do serviço em todas as unidades.
O que se tem a fazer é dar continuidade ao trabalho de milhares de colegas, respeitar cada vez mais a corporação, que não precisa de nenhum diretor ou assessoria ‘iluminados’ que venham de fora a ostentar pretensa superioridade e inventar a roda. O conjunto de profissionais do BRB desempenhou melhor nas boas gestões, e sustentou, protegeu e fez avançar a empresa sob as diretorias e governos em que, infelizmente, prevaleceu a incompetência, a demagogia, a bravata autoritária e/ou a má-fé.
E, por isso, o Sindicato continua a defender, com firmeza, a tese de que todos os cargos de direção podem e devem ser compostos por quadros de carreira.
“Parabéns, então, a todos os colegas, dos mais experientes aos que chegaram mais recentemente, que fizeram e fazem acontecer esses 47 anos, com o orgulho da sua contribuição especial para essa trajetória de sucesso que é o Banco de Brasília”, reforça André Nepomuceno.
Ao final da sessão solene, André Nepomuceno procurou o deputado Joe Valle para externar algumas preocupações que chegam aos representantes sindicais dos bancários e bancárias do BRB.
Transparência, competência e ética
O deputado foi receptivo, e se colocou sua agenda à disposição para receber e ouvir a respeito de transparência, competência e ética empresarial; composição, proporção e custos da nova estrutura administrativa; grandes operações e contratos que estão na pauta da direção do banco, principalmente aquelas sem decisões consensuais, a criação de um membro eleito no Conselho de Administração (Consad) do banco, bem como os interesses e reivindicações salariais, de emprego e direitos dos bancários do BRB, entre outros assuntos.
Joe Valle também ratificou o anúncio de que promoverá em breve audiência pública para debater amplamente, garantida a participação do Sindicato e dos funcionários, a situação atual e perspectivas para o Banco de Brasília.
Nota executiva operacional
A propósito, depois de vários ‘avisos’, o Sindicato e a Fetec-CUT/CN intensificarão os reparos, sugestões e as críticas para atitudes (ou falta de) de diretores egressos de outra corporação, que, sem nem sequer esquentar a cadeira, ou, por outro lado, nela permanecendo colados, têm prejudicado o andamento, ou, de novo, a falta de andamento das coisas.
Neste caso que agora comentamos, mas que não é o único, a primeira questão vai para o presidente do banco: por que será que se entendeu de empossar, na Diretoria de Distribuição e Vendas, responsável pelo coração operacional da gestão da rede e dos canais de atendimento e negócios, o diretor Flávio Apolinário, vindo do Banco do Brasil? Serᄀ que não há, entre os administradores, gerentes e superintendentes do BRB, ninguém habilitado para tal função? Não seria o natural e mais produtivo delegar responsabilidade a quem conhece por dentro o banco, sua estrutura, clientes e as pessoas que tocam o trabalho cotidianamente?
Para começo de conversa, pelo que tem chegado até agora ao Sindicato e à Fetec-CUT/CN, o novato diretor prioriza reuniões e mais reuniões na direção geral e outras agendas internistas, recuadas, sem efetividade, denotando uma burocratização fechada em gabinete, distanciamento e um assinalável desconhecimento e impropriedade de atitudes para com cargo de tal dimensão estratégica. Além da insuficiente, para dizer o mínimo, interação com as pontas de atendimento e as superintendências intermediárias.
Diversos gerentes gerais, outras gerências e funcionários como um todo de PA’s têm recorrido ao Sindicato e à Fetec-CUT/CN para externar a percepção de falta de coordenação e insuficiência de orientação, colocando em risco não só o nível do trabalho já realizado, mas até mesmo a exequibilidade das metas para o segundo semestre, metas que, de resto, são muito questionáveis tanto no conteúdo como na forma de cobrança.
“Como dissemos, é mais um sinal de que há uma desproporção e falta sintonia no provimento da nova estrutura, bem como, temos dito, na sobre-representação de quadros oriundos do BB em cargos de poder no BRB, sem apresentar resultados e interação de relacionamento corporativo e interpessoal que justifiquem. Há, sim, muitos sinais de postura arrogante. Claro, sem generalizações. Há exceções, que confirmam o que até agora tem se revelado, muito além do bom senso, uma regra”, ressaltou André Nepomuceno.
Neste momento de greve, a prioridade total é a participação na busca de novas conquistas. Entre as quais se encontram, também, a luta por uma gestão adequada às pessoas e à instituição, pois, quem não se dá ao respeito, dificilmente será respeitado.
Voltaremos ao assunto.
Nota executiva II
Já é bem conhecido o questionamento, inclusive formal, pelo Sindicato sobre o real custo e a alegada economia que teria sido feita com a nova estrutura frente à anterior.
Continuamos a solicitar enfaticamente ao presidente do banco que demonstre cabalmente essa conta ao Sindicato e aos funcionários, pois não estamos convencidos de sua procedência, nem as evidências, reiteradas por muitos funcionários, possibilitam estimar o que o próprio presidente, em ofício em resposta ao Sindicato reafirmou ter ocorrido.
- Clique aqui para ler o ofício entregue pelo Seeb/Brasília.
- Confira aqui a resposta do BRB para os questionamentos do Seeb/Brasília.
Basta uma simples conferida no fato relevante publicado em 10 de junho passado, que afirma uma economia de R$ 2,3 milhões anuais com a nova governança da administração, e, o que se nos afigura uma contradição lógica, com o exposto na nota 28 do balanço do primeiro semestre, na qual se verifica, oficialmente, o montante global destinado à nova estrutura dos administradores no valor de R$ 15,6 milhões para o ano de 2013, frente aos R$ 9 milhões em 2012.
“Mais uma vez perguntamos: será que não teria o então diretor financeiro, atual vice-presidente de Finanças, Pessoas e Administração, Francisco Duda, responsável pelas Relações com Investidores (RI), tido uma postura precipitada e/ou cometido uma inverdade ao assinar e publicar, para o mercado, um fato relevante contrastante com o próprio balanço que também assina, o que, somado às evidências que temos insistido para que o presidente do banco esclareça de uma vez, pode configurar uma atitude temerária e passível de advertência profissional?”, indagou o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio, que também é bancário do BRB.
Fonte: Seeb/Brasília - Da Redação