Pesquisa do Sindicato revela que 17% dos bancários de São Paulo, Osasco e Região usam medicamento controlado
Escrito por: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Os bancos se enquadram entre as empresas com maior risco de acidente de trabalho ou doença ocupacional no Brasil. Mais de 18 mil bancários (18.671) foram afastados no ano passado (2013), de acordo com dados do INSS, em todo o país – sendo 24,6% por LER/Dort e 27% por transtornos mentais e comportamentais (como stress, depressão e síndrome do pânico).
“O alto índice de afastamentos está relacionado a gestão dos bancos que apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como meio de aumentar sua produtividade”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “Uma pesquisa feita com mais de dez mil bancários (10.606), neste ano, somente na nossa base, aponta que a atual política dos bancos compromete a saúde dos empregados: 17% responderam que usam medicamentos controlados”.
INSS - O SAT (Seguro Acidente de Trabalho) é uma contribuição que as empresas pagam para custear benefícios do INSS vindos de acidente de trabalho ou doença ocupacional, referente a um percentual sobre a folha de pagamento, em alíquotas que variam entre 1 e 3% de acordo com o risco de acidentes de trabalho da atividade. Segundo a Lei 8212/91- Art. 22: A contribuição fica a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social. Bancos se enquadram no risco máximo (3%), ou seja, estão entre as empresas onde esse risco é considerado grave.
Negociação - Para mudar essa realidade, o sindicato trata esse tema como prioridade. Nesta terça-feira (19), a categoria bancária faz a primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2014. Participam representantes do Comando Nacional dos Bancários e da Federação dos bancos (Fenaban), no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, a partir das 10h, discutindo os temas saúde e condições de trabalho. A negociação continua nesta quarta-feira (20).
Lucro dos bancos – O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 28,5 bilhões, com alta de 16,5% em relação ao mesmo período de 2013. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. Apenas com a cobrança de tarifas os bancos ganharam R$ 49,7 bilhões, com crescimento de 10%. A elevação da taxa Selic levou os bancos a ganharem 35,4% mais com receitas de títulos e valores mobiliários e os altos spreads fizeram a receita de crédito destes bancos crescer 14,6%.
Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos dez anos, a categoria conseguiu aumento real - acumulado entre 2004 e 2013 - de 18,3%. Sendo 2010 (3,08%); 2011 (1,50%), 2012 (2,00%) e 2013 (1,82%).
Principais itens aprovados:
• Reajuste Salarial de 12,5%, sendo 5,4% de aumento real, além da inflação projetada de 6,76%
• PLR – três salários mais R$ 6247
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.979,25)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 724);
• 14º salário
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho