O conjunto dos funcionários, e o Sindicato, sempre tiveram a clareza de que a parte da PLR não vinculada a metas seria paga, bastando para isso o atingimento de lucro. Mas o BRB apresentou uma avaliação jurídica apontando que qualquer pagamento de PLR é vinculado ao atingimento da meta global (meta banco), o que, por si só, coloca um paradoxo: como chamar de parcela não vinculada a metas (ou linear) sendo qualquer parcela vinculada ao atingimento de metas globais? O entendimento que sempre houve em mesa de negociação é de que a PLR seria dividida em parcela linear (não vinculada a meta alguma) e parcela variável (vinculada a metas).
O Sindicato, desde final de 2014, reivindicou a alteração no plano de metas prevendo o não atingimento destas, visto que o cenário econômico estava em franca deterioração, e o acordo coletivo da PLR contém cláusula que permite estes ajustes. A direção anterior da instituição, que esteve à frente do BRB até o início de janeiro, deu sinal positivo neste caminho, mas, com a mudança de diretoria, houve um recuo e o banco não acatou esta reivindicação. Diante disso, o Sindicato reivindicou o pagamento de um abono compensatório, uma vez que a manutenção das metas no patamar em que estavam provocou seu não atingimento, e a frustração do conjunto dos trabalhadores do BRB.
Na sexta (17), após a divulgação dos contracheques da PLR e de inúmeras manifestações de perplexidade e indignação por parte de funcionários do banco, o Sindicato cobrou uma discussão com a diretoria do BRB para reforçar a reivindicação de alguma forma de compensação diante do ocorrido.
Três diretores do banco - Nilban de Melo, Dario Osvaldo e Cristiane Bukowitz - se reuniram com o Sindicato, por volta das 19h do mesmo dia. Diante da argumentação do Sindicato, os diretores demonstraram abertura para avançar nas discussões na busca de uma maneira de superar esta situação. Dessa forma, ficou agendada para esta segunda-feira (20) nova reunião com a Diretora de Pessoal, Cristiane Bukowitz, e o diretor Sérgio Nazaré, que ainda responde como vice-presidente de Pessoas, em horário a ser definido na manhã da própria segunda.
“O Sindicato acredita que, havendo boa vontade por parte da diretoria, chegaremos a um acordo que permita aos funcionários receberem algo pelo seu esforço, pois acreditamos que houve um grande equívoco nesta interpretação do banco, e uma postura intransigente na rejeição da alteração das metas que permitisse o pagamento da PLR integral, mesmo com previsão legal e com uma posição favorável já comunicada pela gestão anterior”, comenta Cristiano Severo, diretor do Sindicato.
Reivindicações
Além de reforçar a reivindicação do pagamento de um abono como forma de compensar o não recebimento da PLR pela maioria dos bancários, e um pagamento irrisório para uma pequena parte, o Sindicato apresentou a reivindicação de revisão das metas para o semestre em curso, visto que já é unanimidade entre os funcionários, especialmente os gerentes, que, da forma como estão, as atuais metas não serão atingidas, o que ocasionará o não pagamento de PLR novamente.
“O banco está revendo seu orçamento, e junto com isso deve rever as metas. O nosso acordo de PLR prevê esta possibilidade, e o ambiente econômico deixa claro que isto precisa ser feito. O sistema financeiro como um todo está revendo suas metas, e o BRB não pode ficar como se fosse uma ilha, alheio ao que acontece. A perspectiva para este semestre é de retração. Assim, o banco deve ter metas reais que se coadunam com esta situação, e não se manter em uma proposta fantasiosa que serve apenas para desacreditar a gestão”, conclui Antonio Eustáquio, diretor do Sindicato.
Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação