(Brasília) - O Sindicato dos Bancᄀrios de Brasília se reuniu novamente com o BRB nesta terça-feira (18) para dar continuidade às discussões sobre a reestruturação e o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) do banco.
Na primeira parte da reunião, foi feita uma apresentação sobre o processo de reestruturação em curso. Segundo o banco, o que norteou a reestruturação foi a busca de racionalização das atividades, agrupando aquelas que estavam segregadas e deveriam ser agrupadas, a criação de áreas que deveriam ser desmembradas de outras como forma de potencializá-las, e também a desconcentração de atividades a cargo da presidência, redistribuindo estas em outras vices-presidências. Outro aspecto observado foi a busca de redução de custo, sendo que este não se constituía o objetivo primordial.
Foi apresentado o novo organograma com a estrutura atual, cuja implantação está em curso. A nova estrutura, cujas maiores mudanças ocorreram na direção geral, manteve o número de superintendências em 29, e o número de gerências de áreas caiu de 89 para 88. A distribuição destas gerências ocorreu de forma a tornar mais equânime o número de gerências por superintendência. Na movimentação em função desta reorganização, ocorreram 16 remanejamentos de comissionados, sendo que destes apenas três sofreram mudança de função comissionada.
Em relação à redução de custo, o processo se deu principalmente em função das mudanças na Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), cuja parte do serviço foi absorvida pela vice-presidência Financeira (Vifin). Houve a saída do presidente da empresa, cuja vaga não mais será ocupada. Uma das diretorias será acumulada por um diretor do banco, e a outra permanece.
Também como medida de redução de custo está ocorrendo uma reorganização da auditoria, cujo quadro cairá de 35 para 20 auditores até o final deste ano.
Sobre a carreira de advogados, o quadro aprovado caiu de 20 para 15 profissionais.
Novas estruturas
A reestruturação também atingiu as agências. Para racionalizar os serviços e também atender demandas do Banco Central, o BRB está criando uma Central de Serviços Compartilhado (CSC), que concentrará serviços de “backoffice” como contabilidade na Central de Serviços de Retaguarda (Ceser), agronegócio na Central de Crédito Rural (Cerag), compensação na Central de Serviço de Compensação (Cesec), e cadastro na Central de Cadastro (Cecad). A Ceser e a Cesec já existem, e estão apenas sendo potencializadas. Já a Cerag e a Cecad são novas estruturas que estão sendo criadas. Esta centralizadora funcionará no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), onde hoje funciona a Informática, que está mudando de prédio.
Diversos funcionários lotados nas agências e também na direção geral estão migrando para esta nova centralizadora, o que está promovendo também uma movimentação nos PAs. Na reestruturação, o banco está internalizando a compensação, cujos serviços foram terceirizados em 1991, e agora estão voltando a ser realizados apenas por bancários do BRB.
Sindicato pede explicações sobre função fora dos parâmetros
O Sindicato questionou sobre a possibilidade de ocupação de função fora dos parâmetros do PCCR em função da reestruturação. Em resposta, o banco negou veementemente, afirmando que até são recebidas solicitações neste sentido. Porém, segundo o BRB, todas são negadas.
Ainda na reunião, o banco finalmente apresentou sua proposta de unificação de benefícios educacionais.
Em linhas gerais, a proposta consiste em: ressarcimento de 75% do valor gasto com mensalidade, limitados a R$ 750 para os cursos da área de interesse do banco. De acordo com o BRB, um levantamento sobre o tema constatou que a média das mensalidades do ensino privado de nível superior em Brasília é de R$ 1.000.
Para os cursos fora da área de interesse do banco, permanece o reembolso no valor de R$ 347 (teto) ou 40% do valor. O benefício é válido apenas para cursos de graduação.
O ressarcimento vale também para cursos de pós-graduação “lato sensu” nas categorias especialização ou MBA, porém, somente dentro da área de interesse do banco.
Haverá a possibilidade de se cursar uma graduação e número livre de pós-graduações, desde que, entre um curso e outro, haja um intervalo de pelo menos dois anos. Há ainda a necessidade de que o bancário tenha pelo menos três anos de banco para que possa solicitar o benefício.
Os cursos constantes na área de interesse do banco são: administração, atuária, controladoria, crédito imobiliário, economia, governança e marketing.
Relativamente ao que existe hoje, o banco afirmou que, quanto aos funcionários contratados até o final de 1999, cujo ressarcimento é de 75% sem limite de valor, este permanece até a conclusão do curso. Quanto aos funcionários admitidos a partir de 2000, há uma elevação do valor limite em 17,3%, saindo de R$ 640 para R$ 750.
Quanto a mestrado e doutorado, o banco afirmou que não há um tratamento específico, ao que o Sindicato reivindicou um tratamento também para estas modalidades de pós-graduação. O Sindicato reivindicou também a inclusão de cursos de TI e direito como áreas de interesse.
Próxima negociação
As respostas a estas reivindicações serão apresentadas na próxima reunião para tratar do PCCR, que está agendada para o dia 28 de fevereiro.
Na reunião, o banco afirmou ainda que a publicação do edital de licitação para contratação do cartão vale-cultura deve ser divulgada até sexta-feira (21), e que até final de março, enfim, o vale deve ser efetivamente implantado.
Na avaliação do Sindicato, este processo está muito lento, e o banco deveria proceder como outras instituições, que estão pagando em dinheiro até à implantação do cartão. Quanto aos meses retroativos a setembro, o BRB afirmou que o crédito no cartão contemplará a retroatividade.
Estiveram presentes na negociação os bancários do BRB e diretores do Sindicato Antonio Eustáquio, Ronaldo Lustosa, Cristiano Severo e Daniel de Oliveira, e também o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN/CUT) André Nepomuceno, que também é funcionário do banco.
Fonte: Seeb/Brasília - Da Redação