Crédito: Seeb São Paulo
Bancários usaram novela Império para cobrar reivindicações
São Paulo - A trama versa sobre uma família milionária e sua empresa lucrativa, envolta em esquemas obscuros. Poderia ser a sinopse da novela Império, sucesso do horário nobre da Rede Globo, mas a descrição também se enquadra ao Itaú, o maior banco da América Latina, controlado pelo clã Setúbal e que se valeu de subterfúgios legais para não pagar impostos mesmo apresentando lucros bilionários.
Para satirizar o banco e chamar a atenção da diretoria sobre os problemas enfrentados pelos trabalhadores, o Sindicato dos Bancários de São Paulo promoveu nesta quinta-feira 18, no Ceic, protesto lúdico com a temática da novela Império. E o homem de preto estava lá. O milionário excêntrico Dé Alfredus representou o presidente e um dos donos do Itaú, Roberto Setúbal.
O ato foi um tremendo sucesso entre os bancários da matriz do banco e contou ainda com duendes e Papai Noel para lembrar o Natal, data sempre tão homenageada pelos suntuosos comerciais do banco.
O Itaú lucrou R$ 14,959 bilhões nos primeiros nove meses de 2014, crescimento de 34,1% em relação ao mesmo período de 2013. O maior resultado no período entre os bancos que operam no país.
Impostos
Mas esses números fabulosos obtidos por meio da exploração dos trabalhadores e dos altos juros e taxas cobradas da sociedade não foram suficientes para que o banco se valesse de artifícios com o objetivo de não pagar impostos que serviriam para financiar a saúde, educação etc.
Recentemente, documentos obtidos por uma ONG estadunidense de jornalistas revelaram que entre 2008 e 2009 o Itaú praticou manobra conhecida como elisão fiscal - deixar de pagar mais de R$ 200 milhões em impostos usando ao máximo todas as brechas possíveis que a lei oferece.
"Fizemos essa atividade para mostrar à diretoria do Itaú que a gente espera para 2015 mudança nessa postura e melhores condições trabalho", cobra a diretora do Sindicato, Valeska Pincovai.
"Um banco que é um verdadeiro império e que lucra tanto pode e deve respeitar a sociedade e quem é responsável pelos seus lucros: os trabalhadores. E esse respeito deve vir por meio de mais contratações, plano de saúde de qualidade para ativos e aposentados, mais segurança, negociação dos programas próprios, fim das metas abusivas, da terceirização e das demissões. E os protestos vão seguir até que as demandas dos trabalhadores sejam ouvidas", completa.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo