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19 de Setembro de 2013 às 08:56

19/09/2013 - Pesquisa: 93% dos bancários do BB/CSO não acreditam na ascensão profissional


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(Brasília) - Medo, insatisfação e decepção. Essas são as palavras que definem o resultado de pesquisa realizada pelo Sindicato entre os bancários e bancárias lotados nos Centros de Suporte Operacional (CSOs) do Banco do Brasil de Brasília. De acordo com o levantamento, 93% dos trabalhadores do setor não acreditam ter chances de crescimento profissional.
 
Os resultados do estudo foram divulgados durante o 1º Encontro dos Funcionários dos CSOs, realizado no sábado (14), na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), em Brasília. Inédito, o encontro foi organizado pelo Sindicato.

Dos 240 bancários e bancárias que participaram da pesquisa, 72,8% são assistentes operacionais pleno, 11,3% são escriturários, 9,2% assistentes operacionais júnior e 6,7% são gerentes.

Reestruturação

Perguntados sobre a reestruturação, que tem desestabilizado os funcionários com a possibilidade de realocação para outros estados, 23% alegaram se sentir inseguros com a atual situação do CSO.

Sobre as possibilidades de ascensão profissional, os dados reforçam a premissa de trava na estrutura. Mais de 90% dos funcionários, exatas 222 pessoas, não acreditam ter chances de crescimento, já que não há vagas e nem critérios para que os bancários conquistem outros cargos.
 
Sobrecarga de trabalho

Preocupante, a sobrecarga de trabalho foi um dos itens mais citados pelos bancários do CSOs. Exatos 154 trabalhadores afirmaram estar sendo pressionados para executar um volume de trabalho superior ao tempo hábil e adequado, levando a qualidade das atividades à precariedade. A pressão nos locais de trabalho é tão gtrande que mais de 49% dos funcionários consideram o clima organizacional ruim.

Questionados sobre a reestruturação e como as mudanças têm afetado a vida dos bancários, os funcionários do CSO relataram:

"Arbitrária. Gera insegurança e desmotivação com a empresa. A vontade é de deixar o BB e a profissão, visto que não desejo passar por situação semelhante a cada mudança de gestão, à vontade da atual diretoria".

"Desde 2009 estamos inseguros sem saber o que vai acontecer. Já vi pessoas migrarem para agência e estão sofrendo. Espero não ter quer passar por isso".

"Estamos nos matando para cumprir as metas, com déficit de funcionários. Não há perspectiva de quando, de fato, o serviço migrará, nem o que virá para nós como novas tarefas. Há mais pressão e cobranças. Passamos por quase 3 semanas com os gerentes de setor suspensos e sem direcionamento de serviços. O clima é de pânico, insatisfação e medo".

"É uma situação extremamente ruim, cheia de inseguranças e sensações de abandono. Está afetando minha vida profissional e pessoal. Penso em sair do banco e minha saúde está debilitada por causa do estresse e depressão".

"Passar em concurso significa salário justo e condições mínimas de trabalho e ascensão profissional. Que funcionário trabalha com eficiência e qualidade sob pressão psicológica e instabilidade do seu cargo?"

"Reestruturação está silenciosa, não é clara. As notícias seguem de uma hora para outra. Consegui desbravar para concorrer fora do CSO e depois fui tirada novamente. O clima é de ansiedade".
 
Para preservar a identidade dos bancários, o Sindicato não divulgou os nomes dos bancários e bancários dos CSOs que responderam os questionários.
 
A pesquisa
 
A pesquisa foi compilada a partir de informações dos questionários distribuídos entre os funcionários para identificar as principais demandas do funcionalismo. O formulário foi entregue pelo Sindicato aos funcionários dos CSOs.
 
As atividades desempenhadas pelos trabalhadores do CSO são: análise de processos, abertura de conta, gestão de pessoas, digitalização, atualização cadastral, fiscalização, repasse de recursos, gerenciamento de operações de fiscalização de crédito, entre outras.

“Continuaremos atuando em todas as frentes para defender os trabalhadores e trabalhadoras dos CSOs. Os bancários podem contar com o Sindicato”, destacou o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Wescly Queiroz, que também é bancário do BB.
 
Sindicato cobra mudanças
 
Em função da reestruturação nos CSOs, o Sindicato cobra do BB, entre outras coisas, a unificação dos cargos de assessores A e B. Também reivindica sistema de encarreiramento em todas as unidades e a suspensão do tempo de controle do sistema GSV.
 
“Queremos respostas concretas da Dinop (Diretoria de Negócios e Operações) para todos os problemas identificados pelo Sindicato nos CSOs. Os funcionários merecem respeito”, frisou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que também é bancário do BB.
 
Implantado de forma unilateral pelo BB em 15 de agosto de 2012, o novo modelo do CSO, que transferiu postos de trabalho e setores de Brasília para outros estados, está causando enormes transtornos aos bancários: sobrecarga de trabalho, aumento das metas, redução de prazos, insegurança e instabilidade quanto ao futuro.
 
Desde a implantação do novo modelo do CSO, a unidade do SAI, por exemplo, registrou redução de aproximadamente 20% no número de funcionários, que foram transferidos para outros estados. “É horrível trabalhar com esta constante ameaça de fechamento e/ou transferência do CSO”, denunciou uma bancária do setor que preferiu não se identificar.

Rodrigo Couto e Joanna Alves
Do Seeb Brasília


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