(Porto Velho-RO) - O primeiro dia da greve nacional dos bancários começou com uma forte participação dos empregados na luta pelos seus direitos em Rondônia. Das 135 agências espalhadas no Estado, 82 foram fechadas desde o início da manhã desta quinta-feira, 19, o que representa aproximadamente 60% de unidades com portas fechadas.
A expectativa do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) é que este número de agências fechadas aumente já a partir da meia noite de hoje para amanhã, sexta-feira, pois muitos funcionários ainda estão fechando números de alguns programas internos neste dia e outros, que ainda tinham alguma dúvida ou receio sobre a participação possam aderir à greve após as reuniões com dirigentes sindicais nas bases, especialmente nos maiores bancos.
A greve acontece em todo o território nacional por conta da postura de intransigência dos bancos, após quatro rodadas de negociação com o Comando Nacional dos Bancários (coordenado pela Contraf-CUT), apresentaram um índice pífio de apenas 6,1% de reajuste salarial, abaixo até mesmo da projeção da inflação no período, que está estimado em 6,4 ou 6,5%. Além disso, negaram todas as demais demandas como melhores condições de trabalho, piso salarial do Dieese, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), segurança, emprego, mais contratações, fim do assédio moral, fim das metas abusivas e melhores condições para o atendimento ao público.
“A greve é por tempo indeterminado, pois o seu fim vai depender tão simplesmente da vontade dos bancos, que podem ou não surgir com o pedido de uma nova rodada de negociação com o Comando e, claro, apresentando índices e propostas mais justas para a categoria”, comentou Pinheiro.
Ele explicou ainda que a força da mobilização é que pode decidir pelo sucesso da greve. “Com uma adesão forte, com a unidade, com a participação maciça dos colegas e, consequentemente, com mais agências fechadas, é que podemos pressionar os bancos a apresentarem uma nova proposta que contemple nossa pauta. Portanto esperamos que os companheiros que ainda não cruzaram os braços que se somem a nós, que venham para a greve, pois as conquistas, no final, são para todos”, completou.
A PROPOSTA DA FENABAN
Reajuste – 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)
PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).
Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
AS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Fonte: Seeb/Rondônia - Rondineli Gonzalez (Com informações da Contraf-CUT)