Brasília - O governador Rollemberg, além de ter terceirizado sua gestão econômico-financeira para o PSDB, ao nomear como secretário da Fazenda Leonardo Colombini, ex-secretário da pasta de Minas Gerais nos governos Aécio e Anastasia, agora está abraçando as teses neoliberais dos tucanos, que tanto mal fizeram àquele Estado, que ficou quebrado na gestão do PSDB, e também ao país nos governos FHC.
Na última semana, em mais uma demonstração de falta de rumo quanto a uma agenda que dialogue com as necessidades da sociedade, o governador anunciou mais impostos, alterações na previdência dos servidores e ainda a venda de parte das estatais do DF - CEB, Caesb e BRB - sempre com a mesma cantilena de falta de recursos. Ao mesmo tempo, se esquece de pautas como a efetiva instalação de uma gestão transparente, talvez porque se isso ocorrer, poderá ter desnudada a falácia quanto à situação financeira do DF.
Sem entrar no mérito do conjunto de propostas defendidas pelo governador, é preciso se ater, neste momento, ao que diz respeito ao BRB: a possível venda de parte do banco.
É óbvio que a venda de até 49% das ações do BRB não retira o controle do estado. Porém, trata-se de uma intenção que poderá descambar na privatização do banco, pois será que Rollemberg conseguirá que investidores se interessem pelo BRB, deixando seu controle para o GDF, sem poder opinar sobre o futuro?
Outro aspecto é que o banco não se encontra robusto para lançar ações no mercado, pois apresenta ainda gargalos importantes a serem superados para se tornar uma instituição de destaque que atraia o interesse de investidores, tais como informática ainda distante de um modelo ideal e também composição de capital que inspira cuidados com impactos importantes no índice de Basiléia, sem citar outros.
“O BRB precisa se fortalecer e se perenizar. Para isso precisa de políticas consequentes e duradouras no sentido de se alavancar. Vender ações agora seria um golpe que diminuiria o banco e não agregaria ganho substancial para o GDF, pois a possibilidade de desvalorização das ações é real diante do quadro negativo por que passa o BRB, com lucro em declínio há três anos e índice de Basiléia ainda a inspirar cuidados”, frisa Antonio Eustáquio, diretor do Sindicato.
“O governo deveria, sim, ter coragem de enfrentar os tubarões do mercado e começar por propor a criação de uma seguradora no âmbito do BRB, o que poderia agregar uma capitalização importante para o banco, propiciando assim espaço para alavancagem e melhoria de sua performance.”
Ainda de acordo com o diretor do Sindicato, “após ações que valorizem o banco, o governador, se ainda desejar abrir seu capital, deveria dialogar com os diversos atores que circundam o BRB, inclusive a sociedade, a dona deste patrimônio. Se avançar no curto prazo a ideia de venda de ações do BRB será um desastre para o banco e para o próprio GDF”.
Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação