Crédito: Portal Brasil 247
Ex-presidente do BC no governo FHC remeteu US$ 4,4 mi ao HSBC na Suíça
O nome do ex-presidente do Banco Central durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga, acaba de ser envolvido no escândalo do Swissleaks.
Segundo uma fonte do FBI, o fundo de investimento "Armínio Fraga Neto Fundação Gávea" é alvo de investigação nos Estados Unidos por ter transferido US$ 4,4 milhões de uma conta bancária nas ilhas Cayman para uma conta do HSBC na Suíça.
Ele teria ainda declarado à Receita que o fundo era filantrópico, ou seja, isento de tributos, a fim de supostamente fugir de cobranças de tarifas. O fundo foi alcançado pelas autoridades americanas por meio da lista de clientes que mantinham contas no do HSBC da Suíça.
Ao portal R7, o economista disse que a investigação é "100% ficção". "Investi nesse fundo há sete ou oito anos, mas tudo dentro da legalidade. Todas as minhas contas, de minha família e da Gávea Investimentos são declaradas perante as autoridades competentes, brasileiras e americanas. Não houve esta transferência mencionada, houve sim um investimento regular e documentado. Não temos notícia de qualquer investigação sobre o tema", rebateu.
Quem é Armínio Fraga
Armínio foi presidente do Banco Central de 1999 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e participou da elaboração do plano de governo de Aécio Neves. Caso Aécio não tivesse sido derrotado nas eleições, ele era o nome certo para ministro da Fazenda do tucano. Fraga tem dupla cidadania, é brasileiro e norte-americano.
As autoridades americanas chegaram ao fundo nas investigações do Swissleaks, passando pente fino em contas do HSBC da Suíça. A lista foi vazada por um ex-funcionário do banco.
Fraga foi presidente do Banco Central de 1999 a 2003, no governo Fernando Henrique Cardoso, participou da elaboração do plano de governo de Aécio Neves e era cotado para ser ministro da Fazenda do tucano. Ele tem cidadania dupla, brasileira e norte-americana.
No caso da apuração do FBI, Armínio teria uma conta de compensação, conhecida como 'conta-ônibus', que só serve para transportar dinheiro, já que por ela não é possível fazer investimentos.
Os documentos de posse das autoridades norte-americanas mostram que antes de ser depositado no HSBC, o dinheiro passou por outra conta no Credit Bank da Suíça, supostamente para fugir do rastreamento. Depois de enviado à Suíça, mostram as investigações que o dinheiro teria volta para uma conta no America Bank de Nova York.
Os investigadores pediram quebra de sigilo do fundo.
Swissleaks
O vazamento do HSBC, conhecido por Swissleaks, tem mais de 8 mil brasileiros citados. Os detalhes de contas de mas de 100 mil clientes do banco HSBC na Suíça foram disponibilizados em fevereiro e contemplam cerca de 60 mil documentos mostrando movimentações nas contas entre 1988 e 2007, totalizando mais de US$ 100 bilhões. Na lista constam 8.667 brasileiros que depositaram US$ 7 bilhões apenas entre 2006 e 2007.
As informações foram cedidas ao jornal francês Le Monde pelo ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani. O jornal francês compartilhou os dados com mais de 140 jornalistas de 54 países do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) que comanda desde então a análise e divulgação do Swissleaks.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, determinou que a Polícia Federal apure possíveis crimes relacionados às movimentações nas contas dos brasileiros. A Receita Federal já conduz uma investigação em busca de indícios de evasão de divisas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. Apenas a posse da conta e a movimentação de valores no exterior não configura crime.
Notícia atualizada às 20h de 18.03.2015
Fonte: Portal Brasil 247 e Jornal GGN