Porto Velho - Uma vergonha! É assim que classifica a rotina na agência da Caixa de Cacoal o diretor da Regional, Paulo Pereira dos Santos, explicando que o atendimento ao público está cada dia pior.
“Hoje não tem nem painel para exibir os números das senhas. Os funcionários dos caixas tem que ficar gritando o número das senhas, chegando ao ponto de um funcionário pedir para os clientes pra falar mais baixo, já que alguns não escutam os caixas chamando o número das senhas”, detalha Pereira.
Esse é apenas um exemplo do que vem acontecendo diariamente na agência da Caixa na Capital do Café, fruto da carência do quadro funcional aliada a uma demanda gigantesca de clientes e usuários. É uma situação calamitosa que onde os funcionários do banco e a população sofrem mutuamente.
De acordo com o dirigente, a agência possui 24 funcionários, mas eventualmente alguns entram em gozo de férias e outros em licença médica, isso sem mencionar alguns que participam de cursos promovidos pelo banco e desfalcam o atendimento.
“Ficam, portanto, poucos funcionários para atender centenas de pessoas todos os dias. E mesmo que todos os 24 estivessem trabalhando, ainda assim seria necessário o dobro de funcionários para se aproximar do número ideal para o atendimento diário nesta agência”, destaca.
Pereira acrescenta que os clientes passam mais de três horas para serem atendidos. A situação é tão grave que alguns funcionários são obrigados a ter que limitar o número de senhas diárias para atendimento de serviços como abertura de contas, empréstimos e cadastros.
“Há um funcionário que fica, diariamente, ‘entrevistando’ as pessoas, ainda na fila, antes de entrar na agência, para ver o que cada um fará lá dentro. Ou seja, avaliando que pessoa será ou não atendida, senão ele as orienta para ir a outro banco ou indica outras alternativas. Tudo isso somente com o intuito de minimizar o tumulto de pessoas que se acotovelam na parte interior”, detalha o sindicalista.
JORNADA EXTRAPOLADA
O dirigente conta ainda que os bancários, por conta da demanda saturada de clientes e usuários, extrapolam a jornada de trabalho constantemente, fazendo até mais do que duas horas extras todos os dias.
“Esses funcionários trabalham muito mais do que duas horas extras e recebem, muitas vezes, somente essas duas horas extras, e não as excedentes. E mesmo com essa ampliação na jornada, eles não conseguem concluir seus serviços por conta de um pesado acúmulo de serviço. E, por conta dessas pressões pelo cumprimento de metas, o índice de adoecimento de funcionários só aumenta”, conclui.
Fonte: SEEB-RO - Da Redação