Em nota, deputado distrital Chico Valente (PT) diz que golpismo está minguando e ressalta que a “grande maioria dos manifestantes que hoje estão nas ruas são representantes da mesma elite que nunca aceitou as mudanças que estamos fazendo no Brasil – crescimento com distribuição de renda”; “Não vi um negro, não vi uma pessoa com cara de classe média baixa, com cara de trabalhador que sai de casa as 5h da manhã e volta as 18h”, afirmou
247 – Para o deputado distrital Chico Vigilante (PT), as manifestações deste domingo indicam que o movimento golpista está minguando. Ele destaca queda na adesão e diz que protesto se resume à elite: ‘não vi um negro nas ruas’. Leia a nota sobre o assunto:
DIGA NÃO AO FACISMO
Se um olhar estrangeiro, de quem não vive e não conhece o Brasil, acompanhou pelas tevê as manifestações que aconteceram hoje no país pregando o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, tirou uma conclusão imediata: os participantes são pessoas de classe média, bem nutridas, bem vestidas, cabelos escovados, em sua imensa maioria, branca.
Assisti durante toda a manhã. Não vi um negro, não vi uma pessoa com cara de classe média baixa, com cara de trabalhador que sai de casa as 5h da manhã e volta as 18h.
Também não vi nenhum cartaz dizendo : prisão para todos os políticos envolvidos sejam eles do PSDB, do PMDB, do Democratas... Só vi cartazes contra Dilma, Lula e o PT.
A grande maioria dos manifestantes que hoje estão nas ruas são representantes da mesma elite que nunca aceitou as mudanças que estamos fazendo no Brasil – crescimento com distribuição de renda.
A quantidade de manifestantes, bem menor que nas manifestações do ano passado, prova que quando a Globo não insufla pela participação, o número de pessoas cai. Nem mesmo o programa tucano chamando o povo para as ruas surtiu o efeito esperado. O movimento pelo golpe está minguando.
É uma demonstração de que as pessoas que tem compreensão do significado e da amplitude das ações dos governos petistas nos últimos 13 anos, não estão embarcando nesta onda de golpe e de golpistas que se deram bem durante a ditadura militar, essa elite perversa que sempre dominou o país.
Foram inúmeras as imagens que me surpreenderam, que me indignaram pela demonstração de desconhecimento da Constituição brasileira, da função das instituições e das nuances políticas do momento histórico em que vivemos.
Uma delas, no entanto, me chamou a atenção pela crueldade e pela demonstração de que entre os ignorantes festivos pelo golpe se encontram alguns que realmente trazem na alma o sentimento assassino e fascista que durante décadas dominou os dirigentes deste país. Uma mulher de meia idade, bem vestida e portando joias, carregava um cartaz com os dizeres: por que não mataram todos em 1964 ?
Como político, fundador do PT, e profundo conhecedor das mudanças que se operaram neste país nos últimos anos, defendo o direito de manifestação, mas sou contra este sentimento facista.
Sou contra o cinismo e a hipocrisia daqueles que jogam apenas sobre o PT a culpa pela corrupção que sempre existiu no país, liderada pela nata desta mesma elite que hoje prega um golpe contra uma presidente eleita democraticamente.
Não serão vitoriosos. A luta continua.
Chico Vigilante
Deputado Distrital pelo PT