(Porto Velho-RO) - O sonho de mais uma agência da Caixa Econômica Federal em Ariquemes se tornou um pesadelo. A garantia de mais uma unidade até o mês de junho deste ano, feita em reunião pelo superintendente regional do banco em Rondônia, Márcio Mourão, ao Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), ainda no final de fevereiro, não passou de uma promessa da boca pra fora e que já está sendo comparada com a vergonhosa situação das obras para a Copa 2014, que começa daqui a 28 dias no país.
“O problema é que, diferente das obras da Copa, que não estão totalmente concluídas, as obras da nova agência da Caixa de Ariquemes, prometida para junho, e do posto de atendimento no prédio da prefeitura, prometido para abril, sequer saiu do papel. Nada mesmo começou a ser feito, nem mesmo um sinal de que alguma iniciativa tenha sido tomada. Um completo desrespeito com a classe trabalhadora e um total descaso com a população de Ariquemes e municípios vizinhos, que necessitam do atendimento dia após dia no banco”, destaca José Pinheiro, presidente do Sindicato.
“A diferença é que, apesar de estarmos diante de uma situação em que as obras da Copa não estão concluídas - e nem estarão durante o evento - mesmo assim o povo vai para os estádios ou para a frente da tevê com alegria, para torcer pelo Brasil, enquanto que o povo vai ao banco esperando um bom atendimento, por obrigação, porque precisa, e não tem essa contrapartida deste banco que, por sua vez, gasta cifras milionárias em alguns times de futebol do país”, acrescentou Antônio Tavares, diretor de Cooperativas do Sindicato.
Essa nítida letargia da Superintendência vem de encontro ao que foi prometido pela direção nacional da Caixa aos sindicalistas, deputados estaduais e federais, vereadores e representantes comerciais de Ariquemes em reunião realizada em junho de 2013.
A situação na agência daquele município é tão caótica que existem casos em que clientes chegam a ‘dividir’ o valor de um táxi-lotação para se deslocar até a agência de Alto Paraíso para resolver seus assuntos bancários e, quando retornam à Ariquemes, a fila gigantesca da agência, que começa ainda na parte externa, ainda continua da mesma forma.
ENTENDA
A única agência da Caixa existente em Ariquemes é muito antiga e não suporta atender a uma demanda de clientes e usuários gigantesca comparada ao tamanho do seu espaço físico e ao seu quadro funcional. Os funcionários, tentando minimizar o estrangulamento no atendimento e o acúmulo de serviços, se veem obrigados a trabalhar muito além do horário normal de expediente e, por isso, acabam adoecendo.
Em março de 2013 o SEEB-RO, juntamente com funcionários, fechou a agência em protesto. A iniciativa foi apoiada por vereadores e pela população em geral. O caso chegou a conhecimento de deputados estaduais e à bancada federal que, por sua vez, levou a situação à direção nacional do banco.
Em junho do ano passado o superintendente regional já havia feito a promessa de instalar mais uma agência e um posto avançado em Ariquemes até o meio deste ano, 2014.
No entanto, nada foi feito até agora.
“O banco tem que ter palavra, tem que ter compromisso, pois essa única agência da Caixa atende a clientela de todo o Vale do Jamari, que compõe uma população estimada em 380 mil habitantes, e essas pessoas não suportam mais esta situação desesperadora. E essa calamidade não impera apenas em Ariquemes, ela é uma triste realidade em praticamente todas as agências da Caixa no Estado”, conclui José Pinheiro.