Belém PA - O Sindicato dos Bancários do Pará, Contraf-CUT e Fetec-CUT Centro Norte participaram na segunda-feira (12) de uma reunião no Banco da Amazônia para conhecer os resultados preliminares dos trabalhos de elaboração do projeto do novo modelo de gestão de pessoas do banco, sob a responsabilidade da Deloitte.
Pelo que foi apresentado, a primeira fase do projeto foi concluída, a qual dedicou-se à análise de documentos e do ambiente interno para elaborar o desenho do novo modelo de gestão de pessoas, o qual deverá priorizar a chamada gestão por competência, que adotará critérios para avaliação de desempenho, treinamento de pessoal e para a atualização do Plano de Cargos e Salários (PCS), elemento este que gera a maior expectativa entre os empregados do Banco da Amazônia.
Diagnósticos
Os resultados da primeira fase do projeto mostram que dentro do perfil de pessoal do Banco da Amazônia, 59% dos empregados está na faixa etária de 31 a 55 anos, e 21% tem mais de 30 anos de serviço no banco.
Além disso, o que mais os empregados do banco avaliam negativamente são a falta de reconhecimento dentro da empresa e a baixa remuneração, comparada com os demais bancos públicos.
Para o Banco da Amazônia, a intenção desse novo modelo de gestão é melhorar o clima organizacional ao aliar a competência técnica dos empregados com os resultados esperados pela instituição financeira.
Por isso, de acordo com o banco, o projeto em desenvolvimento trabalha com a perspectiva de qualificação profissional, ampliação de conhecimento e da remuneração dos bancários, como elemento motivacional para atender às demandas e necessidades da empresa e alcançar os resultados esperados.
Remuneração variável
O Banco da Amazônia pretende adotar uma inovação em seu modelo de gestão que é a Remuneração Variável.
Na prática isso representaria, dentro das avaliações de desempenho funcional, um ranqueamento que permitiria ao banco ampliar a remuneração dos empregados com melhor desempenho, através de bonificações.
O Sindicato dos Bancários do Pará é contrário à Remuneração Variável no PCS, pois esse tipo de remuneração já está comtemplado na distribuição da PLR.
A adoção dessa medida na estrutura do PCS pode ser nociva aos trabalhadores, pois aumentaria ainda mais o individualismo dentro da empresa e o adoecimento das pessoas em busca das metas, além de reduzir significativamente os ganhos na remuneração fixa, o que seria um retrocesso para os trabalhadores e trabalhadoras do Banco da Amazônia.
Avaliação das entidades
Os representantes dos empregados presentes na reunião reiteraram a reivindicação de construção de uma mesa paritária para que as entidades sindicais acompanhem, de forma mais efetiva e propositiva, a elaboração do novo modelo de gestão de pessoas a empresa, inclusive com acompanhamento técnico do DIEESE.
Além disso, apresentaram discordância com a proposta da remuneração variável, tendo em vista que a reivindicação do movimento nacional bancário é a valorização de todos os empregados do banco, e não apenas daqueles que alcancem melhor desempenho nas avaliações funcionais.
As entidades sindicais solicitaram o documento final da primeira fase de elaboração do projeto para avaliar melhor a proposta.
Próxima fase
A Deloitte informou que a segunda fase do projeto já está em andamento, a qual irá analisar modelos de gestão de pessoal no Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNB, BRB, Banrisul e Banpará. A intenção é avaliar as boas práticas de gestão e os parâmetros de remuneração.
O Banco da Amazônia pretende colocar seu novo modelo de gestão de pessoas até 2016, e terá o acompanhamento da Deloitte até 2017 para consolidar o projeto.
Representaram os trabalhadores na reunião o vice-presidente do Sindicato Marco Aurélio Vaz; o diretor jurᆳdico do Sindicato Cristiano Moreno, que na ocasião representou a Contraf-CUT; o vice-presidente da Fetec-CUT/CN Sérgio Trindade e o diretor da Federação Ronaldo Fernandes.
Pelo banco estiveram o Diretor da DIREC, Luís Otávio Maciel Júnior e Membros do Comitê Gestor do Projeto, como o Consultor da Deloitte Edson Cedraz, e os gerentes do banco Edwiges Lemanski, Luiz Lourenço e Fernanda Gene.