Brasília - Os representantes dos empregados e a Caixa Econômica Federal vão retomar os debates sobre condições de trabalho na empresa. Isto se dará através da implantação dos fóruns regionais sobre o tema, em caráter piloto, em cinco cidades: Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza e São Paulo. A capital paulista já definiu a data para iniciar os trabalhos. A primeira reunião está marcada para o dia 29 de janeiro.
A criação dessas comissões por região, integrada por representantes dos trabalhadores e do banco, foi um desdobramento das discussões realizadas, durante o ano passado, pelo Fórum Nacional de Condições de Trabalho, uma conquista da campanha salarial 2012. Sua instalação teve por objetivo debater e buscar medidas para prevenir e combater problemas relativos ao cumprimento da jornada de trabalho, assédio moral e cobranças por metas abusivas.
As discussões desse fórum nacional chegaram a ser suspensas por dois meses pelo movimento sindical, por conta da intransigência da empresa em fornecer informações reais sobre a situação da rede de agências como número de trabalhador por unidade, os locais e os cargos com mais frequência de horas extras e como é feita a mensuração de empregados para a dotação das novas unidades, entre outros itens.
“Nossa expectativa é que a Caixa possa debater de forma mais transparente os problemas relacionados às condições de trabalho e cumpra o que foi firmado com as representações dos trabalhadores, que é construir ações preventivas e soluções para as dificuldades enfrentadas hoje nos locais de trabalho”, enfatiza a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa-Contraf/CUT), Fabiana Matheus.
Durante a campanha salarial 2014, o banco comprometeu-se a avançar nessa questão, constituindo os fóruns regionais no âmbito da Gipes (Gerência de Gestão de Pessoas) e um Fórum Nacional. Pela proposta acordada, essas instâncias serão formadas por representantes da Contraf-CUT e da empresa.
“O número de agências da Caixa cresceu muito mais que o de funcionários e as unidades têm carência de pessoal, o que resulta em sobrecarga. Além disso, enquanto o número de agências aumentou mais de 30%, as áreas de suporte como retaguarda, logística e segurança cresceram apenas 7%. O resultado disso é a piora considerável das condições de trabalho. Esse fórum pode, portanto, ser uma instância para buscar adequação das unidades e o fim de grande parte do sofrimento dos trabalhadores”, destaca o diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Dionísio Reis, que também é membro da CEE/Caixa.
Segundo ele, dois assuntos importantes serão discutidos na primeira reunião do Fórum de São Paulo: a questão dos aparelhos de ar-condicionado, que deixam de funcionar constantemente mesmo depois de consertados, e a política de segurança do banco.